“To put an end to this damned thing”: Rebutting denialism strategies performed by people in situation of homelessness during the COVID-19 pandemics (Brazil)

Résumé En Pt Es

In this article we highlight some responses of collective resistance by members of the National Movement of People in Situational Homelessness (MNPR) in the state of Rio Grande do Norte (Brazil), during the COVID-19 pandemics. In this context, this collective had to face a deep state of crisis, aggravated during the pandemic and as a result of its effects. During the months of July 2020 to August 2022, through a project funded by the National Research Council (CNPQ), we conducted participatory research within vulnerable social groups in order to help them strengthen their social and community organization in the face of the pandemics by analyzing and producing knowledge. The chosen ethnographic approach took place through virtual meetings, telephone contacts and a chat flow during the period in WhatsApp groups. As a result, we contrasted the potent local struggles of this movement with the denialist, negligent and pseudo-scientific attitudes of the Federal Government, which strengthened a genocidal process based on dehumanizing policies of neoliberal nature. We note that, even when the population mentioned dealt with the effects of a pandemic potentiated by structural racism and social exclusion, they organized creative coping strategies, and exemplified, through pedagogies of struggle, growing paths for the practice of citizen science.

Neste artigo ressaltamos algumas respostas de resistência coletiva por parte de integrantes do Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) no estado do Rio Grande do Norte (Brasil), durante a pandemia da COVID-19. Nesse contexto, tal coletivo enfrentou um profundo estado de crise, agravado durante a pandemia e em decorrência dos seus efeitos. Durante os meses de julho de 2020 a agosto de 2022, por meio de um projeto financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ), realizamos um trabalho de pesquisa participativa junto a grupos sociais vulnerabilizados com fins de fortalecermos a organização social e comunitária frente à pandemia através da análise e produção de conhecimentos vinculada a ela. A aproximação etnográfica realizou-se mediante reuniões virtuais, contatos telefónicos e fluxo de chat em grupos de WhatsApp durante todo o período. Como resultado, contrastamos as lutas locais deste movimento com as atitudes negacionistas, negligentes e pseudocientíficas do Governo Federal, que fortaleceu um processo de genocídio a partir de políticas desumanizantes de cunho neoliberal. Observamos que, ainda quando a população mencionada lidou com os efeitos de uma pandemia potencializados pelo racismo estrutural e a exclusão social, ela organizou estratégias criativas de enfrentamento aos desafios e exemplificou, por intermédio de pedagogias de luta, caminhos aprimorados em prol de uma ciência cidadã.

En este artículo destacamos algunas respuestas de resistencia colectiva por parte de los miembros del Movimiento Nacional de la Población en Situación de Calle (MNPR) en el estado de Rio Grande do Norte (Brasil), durante la pandemia de COVID-19. En este contexto, dicho colectivo se enfrentó a un profundo estado de crisis, agravado durante la pandemia y como consecuencia de sus efectos. Durante los meses de julio de 2020 a agosto de 2022, a través de un proyecto financiado por el Consejo Nacional de Investigación (CNPQ), realizamos una investigación participativa con grupos sociales vulnerabilizados con el fin de fortalecer la organización social y comunitaria frente a la pandemia a través del análisis y la producción de conocimiento vinculado a la misma. El enfoque etnográfico se concretizó por medio de reuniones virtuales, contactos telefónicos y flujo de chat en grupos de WhatsApp durante todo el período. Así, contrastamos las luchas locales de este movimiento con las actitudes negacionistas, negligentes y pseudocientíficas del Gobierno Federal, que fortalecieron un proceso de genocidio basado en políticas deshumanizadoras de corte neoliberal. Observamos que, aun cuando la población mencionada hubo de enfrentar los efectos de una pandemia potenciada por el racismo estructural y la exclusión social, no dejó de organizar estrategias creativas para enfrentar los desafíos y ejemplificó, a través de pedagogías de lucha, caminos fortalecidos hacia una ciencia ciudadana.