Formas de representação da marginalidade infanto-juvenil n’Os capitães da areia, de Jorge Amado, e meninos do tráfico, de MV Bill

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22 juin 2014

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Amerika

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Volnei José Righi, « Formas de representação da marginalidade infanto-juvenil n’Os capitães da areia, de Jorge Amado, e meninos do tráfico, de MV Bill », Amerika, ID : 10.4000/amerika.4746


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Résumé Pt En Fr

Proponho uma aproximação entre os personagens capitães da areia, de Jorge Amado, e meninos do tráfico, do rapper MV Bill, para discutir as formas de representação da marginalidade infanto-juvenil no romance Capitães da areia (1937) e no rap « O bagulho é doido » (2006), esse último ilustrado pelo documentário « Falcões, meninos do tráfico » (2006), também de MV Bill, em parceria com o rapper Athayde. Jorge Amado representa os meninos pobres e marginalizados de Capitães da areia como uma espécie de sociedade organizada independente, com um líder e funções definidas para cada membro do grupo, à revelia de quaisquer julgamentos e hostilidades externas. Alinhados com os « Capitães da areia », os « meninos do tráfico » também estão distribuídos em uma estrutura social que parece organizada, com funções definidas para cada « falcão ». A figura do « falcão » faz referência a um adolescente que está no tráfico de drogas noturno, embora não seja um sujeito livre, já que está completamente absorvido por um sistema de contravenção, do tráfico de drogas, de quem depende. Dessa forma, o texto provoca inquietação não só pela aproximação entre dois momentos históricos distintos, pela temática violenta, como também pela evidência de um continuísmo político-social que a arte, de forma verossímil, costuma evidenciar.

I propose an approximation between the sand captains characters by Jorge Amado, and the traffic boys, by rapper MV Bill, to discuss ways of representing juvenile delinquency in the novel Captains of the Sands (1937) and the rap song « O bagulho é doido » (2006), the latter illustrated by the documentary « Falcão, Meninos do Tráfico » (2006), also by MV Bill, in partnership with rapper Athayde. Jorge Amado represents the poor and marginalized boys in « Captains of the Sands » as a kind of independent, organized society, with a leader and defined roles for each member of the group, independent of any judgments and external hostilities. In line with « Captains of the Sands », the traffic boys are also arranged in a social structure that seems organized, with defined roles for each « falcão » (hawk). The picture of the « hawk » refers to a teenager who a drug traffic by night, but is not a free subject, since he is completely absorbed by a system of misdemeanor drug trafficking, on which he depends. Thus, the text provokes restlessness not only by bringing together two distinct historical moments, and by violent themes, but also by the evidence of a political and social continuity that art tends to highlight in a credible way.

Je propose une approche entre « les capitaines des sables », personnages de l’écrivain Jorge Amado, et les « Enfants du trafic », du rappeur MV Bill, pour questionner les moyens de représentation de la marginalité des enfants et des adolescents, dans le roman Capitaines des sables (1937) et dans le rap « O bagulho é doido/La dope est dingue » (2006), qui est illustrée dans le documentaire « Faucons, les enfants du trafic » (2006), réalisé par MV Bill, en partenariat avec le rappeur Athayde. Jorge Amado représente les enfants pauvres et marginalisés, comme une sorte de société organisée et indépendante, possédant un chef et des rôles définis pour chaque membre du groupe, à l’encontre de tous les jugements et des hostilités externes. Mis en parallèle avec les « Capitaines des sables », les « enfants du trafic » sont également répartis dans une structure sociale qui semble organisée, avec des rôles définis pour chaque « faucon ». L’image du « faucon » désigne un adolescent qui est plongé dans le trafic de drogue pendant la nuit. Il n’est pas un sujet libre, car il est complètement absorbé par un système de délinquance, emprisonné dans le trafic de drogue, dont il dépend. Ainsi, le texte provoque l'inquiétude, non seulement parce qu’il réunit deux moments historiques distincts, mais aussi de par la violence de la thématique abordée, et la preuve de l’existence d'une continuité politique et sociale que seul l'art peut mettre en évidence de manière vraisemblable.

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