Continuité des crises et des luttes latino-américaines en temps de pandémie de Covid-19

Résumé Fr Pt En

Après une année 2019 riche en mobilisations, la crise sanitaire au début de l’année 2020 a provoqué dans plusieurs pays latino-américains la mise en place de multiples mesures restrictives, limitant ou interdisant les déplacements et les rassemblements dans l’espace public. La sévérité de ces mesures et le choix de désigner les acteurs armés afin de les faire respecter laissaient envisager un important coup d’arrêt aux luttes sociales et politiques. À partir des cas chilien, guatémaltèque et vénézuélien, sélectionnés pour leurs grandes disparités, nous essayons de montrer que la situation sanitaire n’a joué finalement qu’un rôle marginal dans l’évolution des dynamiques de mobilisation. Plus largement, la pandémie ne semble pas avoir impliqué de bouleversements fondamentaux en ce qui concerne les évolutions des mouvements sociaux.

Após um ano de intensas mobilizações em 2019, a crise sanitária deflagrada no início do ano seguinte desencadeou uma série de medidas restritivas em diversos países da América Latina, que limitavam ou proibiam os deslocamentos e as manifestações no espaço público. A gravidade destas medidas e a escolha de atores armados para garantir o seu cumprimento pressagiavam um duro golpe para as lutas sociais e políticas. A partir dos casos chileno, guatemalteco e venezuelano, selecionados por sua grande disparidade, procuramos mostrar que a situação sanitária teve afinal um papel marginal na evolução das dinâmicas de mobilização locais. Em termos mais gerais, a pandemia não parece ter impactado significativamente as evoluções dos movimentos sociais nos países pesquisados.

After numerous mobilizations during 2019, the health crisis at the beginning of 2020 led to the implementation of multiple restrictive measures, limiting or prohibiting travel and gatherings in the public space in several Latin American countries. The severity of these measures and the choice of designating armed actors for their enforcement suggest that social and political struggles have come to a halt. Based on Chilean, Guatemalan and Venezuelan cases, selected for their great disparities, this paper argues that the health situation plays only a marginal role in the evolution of mobilization dynamics. More broadly, the pandemic does not seem to imply any fundamental upheaval in the evolution of social movements.