26 août 2019
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Sílvia Jorge et al., « Um lugar em produção: o caso da Cova da Moura », Forum Sociológico, ID : 10.4000/sociologico.4980
Resultantes da ocupação e construção sem licença em terrenos públicos e/ou privados, os bairros autoproduzidos, não reconhecidos legalmente pelo poder público, tendem a ser reduzidos às suas falhas e carências, espelhadas nas designações que lhes são geralmente atribuídas, como “bairros de barracas” ou “bairros precários”. Por sua vez, este sentido negativo e pejorativo acaba por influenciar ou determinar a forma como técnicos e decisores políticos leem estes territórios, tendendo-se a preconizar a demolição do tecido urbano existente, distante dos parâmetros e da imagem de cidade hegemónicos. Tomando como caso de estudo o bairro da Cova da Moura, na Amadora, convocamos os conceitos de “lugar” e de “direito ao lugar” para explorar diferentes leituras e perceções sobre este território, cruzando duas perspetivas – uma mais antropológica e outra sócio-urbanística –, num diálogo entre as dinâmicas e aspirações locais e as políticas e instrumentos de intervenção propostos ao longo do tempo. Face à existência de uma realidade local plural e negociada, propõe-se um novo olhar sociopolítico sobre a mesma, inscrito na luta pelo direito ao lugar aqui em destaque.