27 février 2013
Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/0872-8380
Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/2182-7427
All rights reserved , info:eu-repo/semantics/openAccess
José Augusto dos Santos Alves, « Na periferia do fenómeno da peopolização: o telemóvel e a telenovela », Forum Sociológico, ID : 10.4000/sociologico.650
Como definir peopolização? Peopolização é o nome dado por Dominique Wolton às práticas dos meios de comunicação que fortalecem a chamada sociedade do espetáculo, como o reality show, com o culto das celebridades, mesmo que sejam celebridades produzidas, instantâneas e efémeras. Numa primeira abordagem, sobre a base de um sobreinvestimento coletivo da celebridade, a peopolização surge como um mito naïf, segundo o qual a celebridade representa o summum da realização pessoal e do sucesso social. A eficácia deste mito está próxima de um certo número de candidatos da tele-“realidade” ou de “microcelebridades” da tela, cuja principal aspiração “na vida” é “tornar-se” people, como se tratasse de uma profissão ou de uma vocação. Neste contexto, é necessário constatar que a maioria do público se entrega com bem-aventurança a esta crença na salvação pela peopolização. Este tipo de “fé” manifesta-se em outras exteriorizações, e. g., os signos e o horóscopo, que é o caminho seguido por muitos “descartados” da peopolização. A predisposição do público para dar crédito a semelhantes convicções patenteia-se, ainda, em diferentes formas de expressão, entre os vários fenómenos periféricos à peopolização. Estão neste o caso a mitologia da telenovela e do telemóvel.