31 mai 2021
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ , info:eu-repo/semantics/openAccess
Nelson André Mugabe, « Mapeando as autoidentificações, a construção das identidades e as subjetividades das “manas trans” da cidade de Maputo », Anuário Antropológico, ID : 10.4000/aa.8328
O objetivo deste artigo é analisar os processos de descoberta da sexualidade e identidade de gênero das “manas trans” destacando como e em que contextos aprenderam as categorias de identificação sexual e de gênero e também entender as suas subjetividades. Mostro que alguns sujeitos aprenderam a nomear suas identidades sexuais e de gêneros ao longo do tempo de acordo com as fontes de informação que tiveram disponíveis, tais como através da rotulação pela sociedade, mídia e pesquisando na internet. Outros aprenderam suas identificações quando passaram a frequentar uma organização LGBT que busca institucionalizar os termos, os conceitos e as expressões que promovem as melhores formas de falar sobre identidade sexual e de gênero. Para nomear as minhas interlocutoras que fizeram transição de gênero de masculino para feminino, cunhei a expressão “manas trans”. Porém, argumento que as “manas trans” compartilham um gênero com as mulheres, constroem seus corpos, identidades e suas vidas na direção do que consideram femininos e articulam signos femininos dispostos na cultura moçambicana, mas reconhecem que não são biologicamente iguais às “mulheres”. A pesquisa é de carácter etnográfico e baseou-se na observação participante e conversas informais.