Le bas-Oyapock : un fleuve, une frontière, des frontières ?

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30 septembre 2021

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marges frontières bas-Oyapock fleuve intégration régionale margins borders lower-Oyapock river regional integration margem fronteiras baixo-Oiapoque rio integração regional

Sujets proches Fr

Nymphée Fleuve Oyapock

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Sylvie Letniowska-Swiat et al., « Le bas-Oyapock : un fleuve, une frontière, des frontières ? », Confins, ID : 10.4000/confins.39365


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Le bassin du bas-Oyapock se situe dans une zone de confins. C’est un espace original, structurellement une marge, qui au fil du temps a développé des logiques de fonctionnement en bassin de vie atypique par rapport au reste des territoires de la Guyane française et de l’Amapá brésilienne. Les fonctionnements spatiaux antagonistes et complémentaires de cette zone de confins se sont mis en place en réaction au degré d’intégration de cette bordure plus ou moins épaisse d’espaces nationaux et l’ont sur le temps long érigé en espace transnational. Aujourd’hui, la présence du pont sur l’Oyapock et surtout son ouverture récente ont refonctionnalisé la position frontalière du fleuve. Objet de lien entre la France et le Brésil, le pont international de l’Oyapock met cet espace de confins en lumière mais n’a pas d’action concrète sur la « démarginalisation » du bassin versant. Avec le renforcement des contrôles qui accompagnent la mise en place du point de passage par le pont, le fonctionnement traditionnel du bassin de vie a été bouleversé, en révélant ainsi une frontière longtemps gommée et niée par les pratiques sociales, économiques, culturelles et sanitaires des populations. Aujourd’hui, le bas-Oyapock renouvelle son fonctionnement de marge notamment dans son épaisseur et dans les dynamiques territoriales qu’il génère.

The Lower Oyapock watershed is located in a border area. It is an original space, structurally a margin, which over time has developed logics of functioning in a pool of life atypical compared to the rest of the territories of French Guiana and Amapá. The antagonistic and complementary spatial functions of this border zone were set up in reaction to the degree of integration of this more or less thick border of national spaces and have over time erected it in transnational space. Today, the presence of the bridge and especially its recent opening have re-functionalized the border position of the river. Object of link between France and Brazil, the international bridge of the Oyapock highlights this space of borders but currently has little or no concrete action on the "demarginalization" of the watershed. With the strengthening of the controls that accompany the establishment of the crossing point by the bridge, the traditional functioning of the living area has been disrupted, revealing a border long erased and denied by the social, economic, cultural and health practices of populations. Today, lower-Oyapock is renewing its margin operation, particularly in its thickness and in the territorial dynamics it generates.

A bacia do baixo-Oiapoque se situa numa zona de fronteira. Espaço original, estruturalmente uma margem, que ao longo do tempo desenvolveu lógicas de funcionamento em áreas de povoamento atípica em comparação com o resto dos territórios da Guiana Francesa e do Amapá brasileiro. As funções espaciais antagônicas e complementares desta zona fronteiriça foram estabelecidas em reação ao grau de integração dessa borda mais ou menos espessa dos espaços nacionais e, ao longo do tempo, constituiu-se em espaço transnacional. Atualmente, a presença da ponte sobre o Oiapoque e, especialmente, sua recente abertura, refuncionalizaram a posição de fronteira do rio. Objeto de ligação entre a França e o Brasil, a ponte internacional do Oiapoque coloca em destaque esse espaço de fronteira, mas não tem ação concreta sobre a "desmarginalização" da bacia de captação. Com o fortalecimento dos controles que acompanham o estabelecimento do ponto de passagem pela ponte, o funcionamento tradicional desta área de povoamento foi perturbado, revelando uma fronteira há muito apagada e negada pelas práticas sociais, econômicas, culturais e de saúde das suas populações. Hoje, o baixo-Oiapoque renova seu funcionamento enquanto margem, especialmente em sua espessura e na dinâmica territorial que ele estabelece.

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