19 novembre 2020
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Duarte Manuel Freitas, « Para uma árvore genealógica museológica: o caso singular do Museu Machado de Castro », MIDAS, ID : 10.4000/midas.2127
No presente estudo almejamos não só delinear o “passado genético” do Museu Nacional de Machado de Castro (Coimbra), fundado em 1911, como também listar o seu contributo, a vários níveis, na criação de outros espaços museológicos no distrito onde se insere. A partir da análise das fontes coligidas (escritas e icononímicas) estabeleceu-se uma estrutura discursiva que se inicia com uma breve reflexão sobre o nascimento e o perecimento dos fenómenos museológicos (I – In Principio), seguindo-se a compreensão do fator humano instituidor (II – Ecce homo), com destaque para António Augusto Gonçalves (1848-1932), fundador e primeiro diretor do museu, sendo uma das figuras notáveis no meio conimbricense das artes e da proteção do património. No momento seguinte (III – Avorum), procurar-se-á as origens remotas da instituição, a partir do estudo de três organizações museológicas tardo-oitocentistas da cidade (Museu Municipal de Arte e Indústrias, Museu do Instituto de Coimbra e o Tesouro da Sé), recebendo delas o espólio, os vetores missionais e o know-how. Examina-se, em seguida, o ato fundador do MNMC (IV – Nativitate), marcado por um novo contexto sociopolítico definido pela então jovem República Portuguesa e pelas conceções museológicas firmadas pelo seu instituidor. A contribuição do museu estatal conimbricense na criação e manutenção de dois novos espaços museológicos (Museu Monográfico de Conímbriga e o Museu Etnográfico de Coimbra) será, de igual modo, evidenciada (V – Semina), apresentando-se já nas considerações finais (VI – Peractio), para além da habitual súmula, uma árvore genealógica do objeto de estudo.