O controle das emoções na escrita acadêmica e seu impacto na relação do indivíduo com o trabalho intelectual

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Date

31 juillet 2020

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escrita acadêmica sociologia das emoções trabalho intelectual academic writing sociology of emotions intellectual labor

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Camila Ribeiro de Almeida Rezende et al., « O controle das emoções na escrita acadêmica e seu impacto na relação do indivíduo com o trabalho intelectual », Interseções, ID : 10670/1.0q3icl


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Résumé Pt En

O trabalho intelectual é fomentado por meio da escrita acadêmica, que é tanto permeada por questões subjetivas – distintas e singulares para cada indivíduo – quanto por questões socialmente compartilhadas – imaginários coletivos de significação e interpretações do campo acadêmico que a constrói. No atual contexto brasileiro, o aumento da cobrança por produtividade tem intensificado o status da escrita como moeda de troca e afetado a relação entre trabalho e emoções na produção intelectual. Em resposta a esse panorama social, algumas universidades têm buscado saídas para lidar com a problemática da produtividade acadêmica. Assim, este artigo busca compartilhar um estudo de caso feito na Universidade Federal do Paraná (UFPR), que, em 2016, inaugurou o Centro de Assessoria de Publicação Acadêmica (CAPA), o primeiro writing center brasileiro. Por meio da observação participante como assessora de escrita acadêmica de diferentes estudantes de pós-graduação nesse centro e de respostas coletadas por meio de questionários aplicados nas assessorias, buscamos refletir sobre o controle das emoções na escrita acadêmica e seu impacto na relação do indivíduo com o trabalho intelectual. O embasamento teórico é apoiado nas intersecções entre a sociologia das emoções, do corpo e da arte, o que permite compreender como a regulação da escrita no meio acadêmico opera tanto no âmbito estético/gramatical quanto no controle da emotividade do indivíduo no texto, sedimentando e perpetuando as dicotomias corpo/mente, arte/ciência, emoção/razão, e influenciando, assim, as construções epistemológicas.

Intellectual work is often fostered through academic writing, which is pervaded by subjective questions – distinct and unique to each individual – as well as by socially shared questions – collective imaginaries of meaning and interpretations of the academic field that builds it. The currrent increase in demand for productivity among Brazilian scholars has intensified the status of writing as a currency and affected the relationship between work and emotions in intellectual production. In response to this social outlook, some universities have been seeking ways of dealing with the issue of academic productivity. Therefore, this article aims to share a case study performed at the Federal University of Paraná (UFPR), which, in 2016, launched the Academic Publishing Advisory Center (CAPA), the first writing center in Brazil. Through participant observation as an academic writing tutor for different postgraduate students in the center and answers collected through questionnaires applied post tutoring, we strive to reflect on the control of emotions in academic writing and their impact on one's relation with the intellectual creation. The theoretical basis is supported by intersections among sociology of emotions, body and art, which allows us to understand how the regulation of writing in the academic environment operates both in the aesthetic/grammatical scope as well as in the control of emotions by the individual in the text, consolidating and perpetuating the body/mind, art/science and emotion/reason dichotomies, thus influencing epistemological constructions.

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