Les grands barrages hydroélectriques au Pará, Brésil : entre reconfigurations de l’action publique et interactions contestataires

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6 juin 2018

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Léa Lebeaupin-Salamon, « Les grands barrages hydroélectriques au Pará, Brésil : entre reconfigurations de l’action publique et interactions contestataires », Dépôt Universitaire de Mémoires Après Soutenance, ID : 10670/1.bddrl1


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Risks related to the exploitation of the energy in the Amazon rainforest, are today a major social science problem problem in Brazil. In order to meet the growing demand for energy, hydroelectric megadams were set up in a particular context of liberal public policies. However, since the end of the 1980s, these dams have caused many social mobilisations, questioning the merits of these factories. Causing environmental problems related to deforestation and flooding of the land but also social problems through the forced displacement of the population and the non-respect of the consent of the affected communities, disputes have arisen to denounce the human rights violations. Responding to environmental and social challenges, the multinational firms in charge of these projects are then required to compensate the population and set up development programs. Here, the analysis focuses on these major programs of corporate social responsibility, their influence on Brazilian public policies and the structure of the state. This research tries to understand how the establishment of liberal public policies has transformed public action and the powers of the state in Brazil. It helps to understand the reconfiguration of negotiating spaces and interactions between decision-makers, social mobilisations and public authorities. Through a comparative study of several hydroelectric factories, the analysis focuses on the place of the state in social responsibility programs, and on the discharge of State’s power in favor of the agenda of large multinational corporations.

Les risques liés à l’exploitation du potentiel énergétique en Amazonie, sont aujourd’hui un problème majeur de la science sociale au Brésil. Afin de pallier à la demande croissante en énergie, les mégaprojets hydroélectriques ont été mis en place dans un contexte particulier de politiques publiques libérales. Cependant, ces barrages ont provoqué depuis la fin des années 1980 de nombreuses mobilisations sociales, mettant en doute le bien-fondé de ces usines. Provoquant des problèmes environnementaux liés à la déforestation et à l’inondation des terres mais également des problèmes sociaux par le déplacement forcé des populations et le non respect du consentement des communautés affectées, des contestations se sont formées pour dénoncer les violations de droits humains. Répondant aux contestations environnementales et sociales montantes, les firmes multinationales en charge de ces projets sont alors tenues d’indemniser les populations et de mettre en place des programmes de développement. Ici, l’analyse se concentre sur ces grands programmes de responsabilité sociales des entreprises, sur leurs influences sur les politiques publiques brésiliennes et sur la structure de l’État. 
Cette recherche permet alors de comprendre dans quelle mesure l’instauration de politiques publiques libérales a transformé l’action publique et les pouvoirs de l’État au Brésil. Elle permet de comprendre la reconfiguration des espaces de négociation et des interactions entre acteurs décisionnaires, mobilisations sociales et pouvoirs publics. À travers une études comparée sur plusieurs usines hydroélectriques, l’analyse porte sur la place de l’État dans ces programmes de responsabilité sociale, et sur la décharge de ses pouvoirs au profit de l’agenda des grandes firmes multinationales.

Os riscos relacionados à exploração do potencial energético na Amazônia são hoje um grande problema das ciências sociais no Brasil. Para atender à crescente demanda por energia, foram criados megaprojetos hidrelétricos em um contexto particular de políticas públicas liberais. No entanto, desde o final da década de 1980, essas barragens provocaram muitas mobilizações sociais, questionando os méritos dessas fábricas. Causando problemas ambientais relacionados ao desmatamento e inundações da terra, mas também problemas sociais através do deslocamento forçado da população e não respeito do consentimento das comunidades afetadas, surgiram disputas para denunciar as violações dos direitos humanos. Respondendo a desafios ambientais e sociais crescentes, as empresas multinacionais responsáveis por esses projetos são então obrigadas a compensar a população e estabelecer programas de desenvolvimento. Aqui, a análise enfoca esses grandes programas de responsabilidade social corporativa, sua influência nas políticas públicas brasileiras e na estrutura do Estado. Esta pesquisa permite compreender em que medida o estabelecimento de políticas públicas liberais transformou a ação pública e os poderes do Estado no Brasil. Ajuda a entender a reconfiguração de espaços de negociação e interações entre tomadores de decisão, mobilizações sociais e autoridades públicas. Por meio de um estudo comparativo de várias usinas hidrelétricas, a análise enfoca o lugar do Estado nesses programas de responsabilidade social e o cumprimento de seus poderes em favor da agenda das grandes empresas multinacionais.

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