The search for roots in the novel Terra Fria by Ana Maria Torres A procura das raízes no romance Terra Fria de Ana Maria Torres: In WIII Congresso Internacional - A Vez e a Voz da Mulher Imigrante Portuguesa: Mobilidades e Interculturalidades ( dir. Manuela Marujo), Lisboa, Editora Alma Letra ( ebook) prévu Janvier 2024 En Pt

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January 25, 2024

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info:eu-repo/semantics/OpenAccess


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Ana Maria Torres


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Jose Manuel da Costa Esteves, « The search for roots in the novel Terra Fria by Ana Maria Torres », HALSHS : archive ouverte en Sciences de l’Homme et de la Société, ID : 10670/1.jl1woe


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Abstract En Pt

In this paper, we aim to address the debut novel Terra Fria by the Portuguese descendant Ana Maria Torres, written and published in French in 2022. In a village in the north of Portugal, in the eastern part of Trás-Os-Montes, the conflictual trajectories, perspectives, childhood memories and origins of two women, Madalena and Marta, mother and daughter, take shape. One wants to pursue a better life by emigrating to France, the other wants to return to the place where her roots are inscribed. In a very concise way, between myths and mythologies, sayings, knowledge and flavors, it is depicted a way of life which encompasses the village, the house, domestic work, such as making bread, agricultural work with its various cycles, but also festivals and initiation rites - a world on the brink of collapse and of being devoured by oblivion. But it is also a portrait of Portugal drawn in filigree: the situation of women in a system dominated by patriarchy, poverty, emigration and which seems not to have been touched by the April Revolution. The writing is lean, dense and made with great poetic restraint, not dwelling on details, in order to capture only the essential, through chapters that mirror each other, which portraits Portuguese realities and even goes beyond them, reaching a more intimate, profound and universal world, so much to the liking of the great master from Trás-os-Montes, Miguel Torga, author of the book's epigraph. With a very elaborate writing, Ana Maria Torres presents us with a palette of colors, smells, images, rumours, only possible due to the transfigurative mastery of the writer. After an analysis of the axes outlined above, we will try to demonstrate how these voices of female characters convey not only their identity, but also form part of a community of citizens who try to preserve their roots despite everything that disappears.

Propomo-nos abordar nesta comunicação o romance de estreia Terra Fria da lusodescendente Ana Maria Torres, escrito e publicado em francês em 2022. Numa aldeia do norte de Portugal, na parte oriental de Trás-Os-Montes, confrontam-se os percursos, os olhares, as memórias da infância e das origens de duas mulheres, Madalena e Marta, mãe e filha. Uma deseja partir para uma vida melhor emigrando para França, a outra deseja regressar ao lugar onde se inscrevem as suas raízes. De forma muito concisa, entre mitos e mitologias, dizeres, saberes e sabores, desfila um modo de vida que passa em revista a aldeia, a casa, os trabalhos domésticos, como o fazer do pão, a faina agrícola com os seus diversos ciclos, mas também as festas e os ritos de inicição, um mundo que tende a desmoronar-se e a ser devorado pelo esquecimento. Mas é também um retrato de Portugal que se desenha em filigrana: a situação das mulheres num sistema onde reina o patriarcado, a pobreza, a emigração, no qual a Revolução de Abril não parece ter passado. A escrita é enxuta, densa e com grande contenção poética não se demorando em pormenores para captar apenas o essencial, através de capítulos espelhados, que captam não só realidades portuguesas mas que as ultrapassam para atingir um mundo mais íntimo, profundo, que atinge o universal, tão ao gosto do grande mestre transmontano, Miguel Torga, autor da epígrafe do livro. Com uma escrita muito elaborada, Ana Maria Torres coloca-nos diante dos olhos uma paleta de cores, odores, imagens, rumores, só possíveis graças à sua mestria transfiguradora. Após uma análise dos eixos acima esboçados procuraremos demonstrar de que forma estas vozes das personagens femininas veiculam não só a sua identidade, como se inscrevem numa comunidade de cidadãos que tenta preservar as raízes apesar de tudo o que desaparece.

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