Práticas de re-existências poéticas: a poesia no “busão” em Fortaleza (CE)

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31 juillet 2020

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práticas de re-existências poesia no busão poetas de periferias practices of re-existence bus poetry ghetto poets

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Francisco Rômulo do Nascimento Silva et al., « Práticas de re-existências poéticas: a poesia no “busão” em Fortaleza (CE) », Interseções, ID : 10670/1.qxoydo


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Résumé Pt En

Este artigo aborda a poesia praticada por Poetas no interior dos ônibus urbanos na cidade de Fortaleza-CE. Como uma das táticas de sobrevivência, a poesia “no busão” cumpre pelo menos dois principais objetivos para os poetas das periferias de Fortaleza e região metropolitana: desmontar os estigmas socialmente cristalizados e sustentar-se financeiramente. A poesia dentro dos ônibus não é algo novo na capital cearense e existe em diversas cidades espalhadas pelo Brasil. Essa prática poética e seus poetas de periferia acena para um novo sentido: não é suficiente resistir. É preciso reexistir para “descolonizar”, inventar outras formas de vida: criar é re-existir. Portanto, a primeira reivindicação da re-existência é permanecer vivo em face às “formas contemporâneas de subjugação da vida ao poder da morte”, conforme Achille Mbembe, ao falar de uma força colonial-capitalista em sua forma atual como devir-necropolítico-do-mundo. Um jogo de permanentes deslocamentos (fuga) inventivos, planos estratégicos e fugazes de “desaparecimento” e autoafirmação. Seguindo Frantz Fanon, um verdadeiro salto que introduza a invenção na existência, pois “no mundo em que me encaminho, eu me recrio continuamente”: uma poética decolonial. Como processo investigativo, utilizamos o aporte metodológico da pesquisa qualitativa, bibliográfica e a experiência etnográfica, com a realização de entrevistas em profundidade e de relatos registrados em diário de campo.

This article addresses the poetry practiced by poets in urban buses of the city of Fortaleza-CE. As a survival tactic, bus poetry accomplishes at least two main objectives for poets in Fortaleza’s and the Metropolitan Area’s ghettos: dismantling socially crystalized stigmas and financially supporting themselves. The poetry inside buses isn’t something new in Ceará’s capital and it exists in many cities around Brazil. These poetic practices and their ghetto poets wave to a new meaning: resisting is not enough. It is necessary to re-exist to decolonize, create new ways of life: creating is re-existing. Therefore, the first revindication o re-existing is remaining alive before the many “contemporary forms of subjugation of life to the power of death”, according to Achille Mbembe (2017a), when he talks about capitalism in its current form, as the world’s-necropolitical-duty (Mbembe, 2014). It’s a game of permanent inventive displacements (escape), strategic and quick plans, disappearance, and affirmation. According to Frantz Fanon (2008, p. 189), a real leap that introduces invention into existence, for “in the world through which I travel, I am endlessly creating myself”: a decolonial poetics. As the investigative process, we’ve used the methodological contribution of qualitative and bibliographic research and the ethnographic experience, carrying out in-depth interviews and accounts recorded in field journals.

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