Os ministros do Santo Ofício de Goa: estatuto social e Inquisição na primeira metade do século XVIII (1707-1750)

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2024

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  • 20.500.13089/12v3y
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CECIL

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Carlos Augusto Correia Rocha, « Os ministros do Santo Ofício de Goa: estatuto social e Inquisição na primeira metade do século XVIII (1707-1750) », CECIL


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O presente artigo tem como tema central os ministros (deputados, inquisidores e promotores) que atuaram no único tribunal da Inquisição Portuguesa localizado em território ultramarino, o Tribunal de Goa, na Índia. Estabelecemos como recorte temporal a primeira metade do século XVIII, durante o período em que D. Nuno da Cunha esteve à frente do Santo Ofício como inquisidor-geral (entre 1707 e 1750). Nosso principal interesse é analisar as origens sociais desses ministros, bem como explorar as motivações que os levaram até a Índia e por qual motivo decidiram entrar para os quadros da Inquisição. Vemos como a instituição pode ser instrumentalizada por esses indivíduos com o objetivo de obter legitimação social, e analisamos, a partir disso, algumas das limitações desse efeito legitimador, como o fato de os ministros da Índia serem percebidos como menos competentes do que os do reino.

Cet article étudie les ministres (deputados, procureurs et inquisiteurs) de l'Inquisition de Goa, le seul tribunal de l'Inquisition portugaise installé sur un territoire non-péninsulaire. Nous nous sommes concentrés sur la première moitié du XVIIIe siècle, période durant laquelle D. Nuno da Cunha dirigea l'institution en tant qu’inquisiteur général (1707-1750). Notre objectif principal est d'analyser les origines sociales des ministres, ainsi que d'explorer les motivations qui les ont poussé à se rendre en Inde et à rejoindre l'Inquisition. On observe comment ces individus pouvaient utiliser l'institution comme un moyen d'acquérir une légitimité sociale, tout en analysant certaines limites de cette instrumentalisation de l'appareil, comme le fait que les ministres de Goa étaient perçus comme moins compétents que leurs homologues du royaume.

This article intends to study the ministers (deputados, promotores and inquisidores) from the Goa Inquisition, the only courthouse from the Portuguese Inquisition that was based in colonial territory. We focus on the first half of the 18th century, the period during which D. Nuno da Cunha ruled over the institution as general inquisitor (1707-1750). Our main interest is to analyse the social origins of the ministers, as well as to explore the motivations that led them to travel to India and to decide to join the Inquisition. We highlight how the institution could be used by these actors as a means to acquire a form of social legitimacy, while also foregrounding the limits to this enterprise, as is revealed by the fact that Goa ministers were perceived as less competent than their peers from Portugal.

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