La siguiente comunicación se enmarca en el área de la didáctica de las ciencias sociales, en sus líneas referidas a la utilización de la estación ferroviaria como recurso didáctico en los procesos de enseñanza-aprendizaje. En concreto, se encuadra dentro de la didáctica en el ámbito del diseño de actividades educativas de las escuelas en torno al patrimonio ferroviario, siendo el potencial de las estaciones ferroviarias el objeto de estudio.Las posibilidades educativas de los bienes culturales han sido estudiadas y presentadas en los últimos años en la literatura académica. No hay duda de su valor en la construcción de una ciudadanía participativa, o como contenido en sí mismo. Pero tampoco podemos olvidar su valor como fuente de conocimiento sobre el medio social y cultural, más todavía si concebimos el conocimiento pensando en superar los tradicionales libros de texto y los relatos nacionales construidos sobre hechos políticos y bélicos. Son una herramienta para la enseñanza de la historia como ciencia y como un conocimiento discutible.En este sentido, el potencial educativo de los bienes ferroviarios es evidente, pero lo es más, si atendemos al valor añadido de su carácter interdisciplinar. La historia ferroviaria está vinculada con las mudanzas sociales enmarcadas en el paso del Antiguo Régimen a la Sociedad de Clases; el edificio de la estación ferroviaria es un ejemplo de los cambios en la historia del arte y la arquitectura; es un ícono del cambio y el desarrollo del urbanismo planificado, es un espacio de memoria social, es la imagen de la empresa y la exaltación del progreso, es la victoria del tiempo laico frente al religioso.Con todo, se plantea esta comunicación para discutir el potencial de la utilización de las estaciones ferroviarias como una fuente de conocimiento interdisciplinar para la enseñanza en Educación Primaria.En este primer acercamiento al problema la investigación se ciñe a la península ibérica y se refiere a las estaciones ferroviarias y los currículos de España y Portugal, así como los planes de educación patrimonial y conservación del patrimonio industrial de ambos países.
This paper is focused to the use of the railway station as a didactic tool in teaching and learning processes. Specifically, didactics will be known in the field of the design of educational activities of schools in railway heritage, with the potential of railway stations being the object of study.The educational possibilities of cultural assets have been studied and presented in recent years of academic literature. There is no doubt of value of heritage to build an active citizenship, or as content itself. Additionally, we should recognize its value as a source of knowledge of the social and cultural environment, specially, if we understand the school knowledge going beyond traditional textbooks and national history narratives built on political and war events. Heritage is a tool for teaching history as a science and as questionable knowledge.In this sense, the didactical potential of railway heritage is evident, but this is even more powerful due to its interdisciplinary nature. Railway history is linked to social changes that took place during the transition from the Old Regime to the Contemporaneous Society; The railway station building shows changes in the history of art and architecture; It is an icon of change and development of urban planning, it is a space with personal and social memory, it is the image of business and the exaltation of progress, it is the victory of the civil power over religion.This is a paper to discuss the didactic potential of using railway stations as a source of interdisciplinary knowledge for teaching in basic education.This is a first approach and is only focused on the Iberian Peninsula. It refers to the stations and railway curricula of Spain and Portugal, as well as to the heritage education and conservation plans of industrial heritage of other countries.
A presente comunicação enquadra-se na área da didática das ciências sociais, no seu escopo fazemos referência à utilização da estação ferroviária como uma fonte histórica nos processos de ensino-aprendizagem. Em concreto, focamos no âmbito da didática no campo da conceção de atividades educativas nas escolas em torno do património ferroviário, sendo as visitas aos edifícios da estação ferroviária a proposta sob análise.As possibilidades educativas dos bens culturais têm sido estudadas e apresentadas nos últimos anos na literatura académica. Não há dúvida da sua importância na construção de uma cidadania participativa, ou como conteúdo em si mesmo. No entanto, é necessário ressaltar o seu valor como fonte de conhecimento do ambiente social e cultural, principalmente na conceção de um ensino que vise ir além dos manuais escolares tradicionais e das narrativas nacionais construídas sobre factos políticos e militares. Desta forma, pode-se afirmar que os bens culturais são um instrumento para o ensino da história como ciência e para a produção de um senso crítico.Neste sentido, as possibilidades educativas do património ferroviário são muitas, as quais parecem ainda mais amplas ao considerarmos a natureza interdisciplinar que este património aporta. A história ferroviária está ligada às mudanças sociais enquadradas na transição do Antigo Regime para a Sociedade de Classes. O edifício da estação ferroviária é um exemplo das mudanças na história da arte e da arquitetura, um ícone da transformação e do desenvolvimento das estratégias de planeamento urbano, um espaço de memória social, a imagem da empresa, a exaltação do progresso e a vitória do tempo laico sobre o tempo religioso.Em suma, esta intervenção objetiva discutir o potencial da utilização das estações ferroviárias como fonte de conhecimento interdisciplinar para o ensino na educação primária.Nesta primeira abordagem, a investigação foca na geografia da Península Ibérica, fazendo referências às estações ferroviárias e aos programas vigentes em Espanha e Portugal, bem como aos planos de educação patrimonial e de conservação do património industrial de ambos os países.