A supressão da vazante e o início do vazio: água e “insegurança administrada” no Vale do Jequitinhonha – MG

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2011

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  • 20.500.13089/8hau
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Andréa Zhouri et al., « A supressão da vazante e o início do vazio: água e “insegurança administrada” no Vale do Jequitinhonha – MG », Anuário Antropológico


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Résumé Pt En

As formas contemporâneas de inserção do país na economia-mundo resultam muitas vezes em processos conflitivos envolvendo parcelas das populações locais, do Estado e dos agentes empresariais cujos investimentos se baseiam na exploração intensiva de recursos naturais. No Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, os conflitos se multiplicam tendo por objeto a gestão das águas. Na literatura especializada, os conflitos sobre a água estão associados às condições distributivas, à desigualdade social e ao descompasso entre diferentes representações culturais. Nesse horizonte, este artigo examina, em particular, o conflito e os desafios vivenciados pelas comunidades ribeirinhas residentes a jusante da barragem de Irapé no que se refere às alterações provocadas em seu modo de vida a partir da instalação da usina no rio Jequitinhonha. Através da experiência como pesquisadores e assessores junto a essas comunidades, o texto discute as controvérsias sóciotécnicas e normativas envolvidas na naturalização da água como mercadoria, destacando seus efeitos na produção de um estado de insegurança e vulnerabilidade imposto à população local

The contemporary forms of insertion of Brazil in the world economy result gernerally in conflictive processes involving local people, the State and cooperate agents whose investments are based on intensive exploitation of natural resources. In the Jequitinhonha Valley located in the Brazilian state of Minas Gerais the conflicts about water management are multiplying. In the specialized literature conflicts about water are associated with the conditions of distribution, social inequality and the mismatch between different cultural representations. Given this horizon, the article examines the conflict and the challenges experienced by the communities of riverside dwellers downstream the Irapé hydroelectric dam with respect to changes provoked within their modes of living after the construction of the power station in the Jequitinohnha river. Based on our experiences as researchers and as political advisors of these communities, this paper discusses the socio-technical and normative controversies in the process of naturalization of water as an economic good, focusing in particular on the imposition of a state of insecurity and vulnerability upon the local people.

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