Dans les archives littéraires francophones africaines : Approche génétique et constitution de corpus

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13 juin 2024

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Claire Riffard, « Dans les archives littéraires francophones africaines : Approche génétique et constitution de corpus », Sources, ID : 10.4000/11tb2


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Cet article présente des matériaux de recherche et l’usage qui en est fait dans les différents chantiers menés par l’équipe Manuscrits francophones de l’ITEM (Institut des textes et manuscrits modernes, unité mixte de recherche CNRS-ENS). Ce laboratoire créé en 1982 pour étudier les processus de création littéraire a développé une approche méthodologique et critique, appelée génétique textuelle, qui fait un usage singulier des sources, ou plutôt des traces, en littérature. L’équipe Manuscrits francophones est née en 2008, à la faveur de l’intérêt manifesté par Pierre-Marc de Biasi pour deux corpus africains qui lui semblaient pouvoir renouveler les études génétiques par leur caractère exceptionnel : les manuscrits du Malgache Jean-Joseph Rabearivelo et ceux du Congolais Sony Labou Tansi. Nous avons dès l’entame mené ce travail conjoint sur plusieurs corpus. Près de quinze ans plus tard, le recul permet de réévaluer les méthodes mobilisées et de reformuler les objectifs de recherche. Dans un premier temps, après avoir donné quelques éclairages sur les notions-clés de la démarche génétique, je m’attache à décrire et questionner sa méthode spécifique de traitement des sources. Cette méthode se décline en plusieurs étapes, de la constitution du « dossier de genèse » – qui pose la question de l’implication personnelle du chercheur dans la collecte – au classement génétique des documents, à leur transcription et leur numérisation. Cette phase de numérisation est essentielle, même si son rôle dans la préservation pérenne des archives et dans l’accès à distance des chercheurs aux données commence à faire débat. À soi seule elle ne permet en rien l’accessibilité, à part pour ceux qui ont réalisé la numérisation. D’où l’importance d’envisager systématiquement un plan de diffusion numérique, qui comprenne un modèle économique. C’est l’objet de la deuxième partie.Une fois le matériau rassemblé, organisé, transcrit et numérisé, donc devenu corpus de recherche, il est généralement édité sur support papier ou numérique, dès lors que les autorisations de publication sont accordées. Les choix éditoriaux sont fonction des objectifs de diffusion et des différentes contraintes, y compris économiques, à prendre en compte au moment de la mise en partage. Ce dispositif pratiqué par l’équipe Manuscrits francophones de l’ITEM, d’abord en grande partie empirique, puis progressivement soutenu et étayé par des échanges d’expérience avec d’autres équipes, n’est pas sans susciter des questionnements à plusieurs niveaux. Dans la dernière partie de cet article, je partage quelques-unes des réflexions sur les enjeux éthiques et juridiques qui l’ont accompagné jusqu’à aujourd’hui. Ces enjeux concernent notamment le rapport entretenu avec les archives, avec les ayants droit, avec les pays, in fine la manière de travailler avec les Suds.

This article presents research materials and their use in the various projects carried out by the Manuscripts francophones team at the ITEM (Institut des textes et manuscrits modernes, a research centre supervised by the CNRS and the École normale supérieure). This research centre, created in 1982 to study the processes of literary creation, has developed a methodological and critical approach called “textual genetics,” which makes a unique use of sources or, rather, traces in literature. The Manuscrits francophones team was created in 2008, owing to Pierre-Marc de Biasi’s interest in two African corpuses which he thought could renew genetic studies because of their exceptional nature: the manuscripts written by the Malagasy author Jean-Joseph Rabearivelo and the Congolese author Sony Labou Tansi. From the outset, we have carried out this joint work on several corpuses. Nearly fifteen years later, taking a step back allows us to re-evaluate the methods that were used and to reformulate research objectives.First, after giving some insights into the key concepts of the genetic approach, I aim to describe and question the specific way it deals with sources. This method is divided into several steps, from creating the “genesis file”—which raises the question of the researcher’s personal involvement in the collection—to the genetic classification of the documents, their transcription, and their digitization. This digitization phase is essential, even if its role in the long-term preservation of archives and in the researchers’ remote access to data is starting to be questioned. It does not in itself allow accessibility, except for those who have carried out the digitization. It is thus important to systematically consider a digital dissemination plan which includes an economic model. This is the subject of the second part.Once the material has been collected, organized, transcribed, and digitized, and has thus become a research corpus, it is generally published in paper or digital form as soon as publication authorizations are granted. The editorial choices depend on the dissemination objectives and the various constraints, including economic ones, to be taken into account at the time of sharing. This system used by the Manuscrits francophones team at the ITEM, which initially was mostly empirical and subsequently gradually informed by exchanges with other teams, raises questions at several levels. In the last part of this article, I share some reflections on the ethical and legal issues that this system raised until today. These issues concern in particular the relationship maintained with the archives, the beneficiaries, the countries, and ultimately, the way of working with the South.

Este artigo apresenta materiais de pesquisa e o uso que deles é feito nos diferentes trabalhos realizados pela equipa Manuscritos Francófonos do ITEM (Instituto de Textos e Manuscritos Modernos, laboratório do CNRS em co-tutela ENS). Este laboratório criado em 1982 para estudar os processos de criação literária desenvolveu uma abordagem metodológica e crítica, designada genética textual, que faz um uso singular das fontes, ou melhor, dos vestígios, na literatura. A equipa Manuscritos Francófonos nasceu em 2008, em virtude do interesse manifestado por Pierre-Marc de Biasi por dois corpora africanos que lhe pareciam poder renovar os estudos genéticos pelo seu carácter excepcional: os manuscritos do malgache Jean-Joseph Rabearivelo e os do congolês Sony Labou Tansi. Desenvolvemos desde o início este trabalho conjunto em vários corpora. Quase quinze anos mais tarde, o recuo temporal permite reavaliar os métodos utilizados e reformular os objectivos de investigação. Numa primeira fase, após esclarecimento das noções-chave do procedimento genético, descrevo e questiono o seu método específico de tratamento de fontes. Este método desenvolve-se em várias etapas, desde a constituição do «dossier de génese» que coloca a questão do envolvimento pessoal do investigador na recolha - à classificação genética dos documentos, sua transcrição e digitalização. Esta fase de digitalização é essencial, embora o seu papel na preservação perene dos arquivos e no acesso remoto dos investigadores aos dados comece a ser debatido. Por si só, não permite a acessibilidade, excepto para aqueles que realizarem a digitalização. Daí a importância de considerar sistematicamente um plano de difusão digital, que inclua um modelo económico. Esse é o objetivo da segunda parte. Depois de ter sido recolhido, organizado, transcrito e digitalizado, tornando-se um corpo de pesquisa, o material é geralmente editado em papel ou digital, visto que as permissões de publicação são concedidas. As escolhas editoriais são função dos objectivos de difusão e dos diferentes constrangimentos, incluindo os económicos, a ter em conta no momento da partilha. Este dispositivo praticado pela equipa Manuscritos Francófonos do ITEM, maioritariamente empírico no início e, em seguida, gradualmente apoiado e reforçado por trocas de experiência com outras equipas, não deixa de causar questionamentos a vários níveis. Na última parte deste artigo, partilho algumas das reflexões sobre os desafios éticos e jurídicos que o acompanharam até hoje. Estas questões dizem respeito, nomeadamente, à relação mantida com os arquivos, com os beneficiários, com os países, in fine a forma de trabalhar com o Sul.

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