Uma vocação para durar: estratégias discursivas e agências imperiais nos anos 1950

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11 septembre 2018

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Carla Susana Alem Abrantes, « Uma vocação para durar: estratégias discursivas e agências imperiais nos anos 1950 », Anuário Antropológico, ID : 10.4000/aa.1435


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Résumé Pt En

O presente artigo analisa discursos e agências que sustentaram o processo de dominação colonial em Angola nos anos 1950 tomando como base o saber colonial. Situando-o como prática discursiva, esse saber será vislumbrado com base em narrativas originadas em uma formação especializada oferecida em Lisboa para profissionais da gestão colonial. Da descrição e análise antropológica dos trabalhos finais de alunos, localizam-se estratégias discursivas que i) tomaram os africanos como trabalhadores que não correspondiam a um ideal, ii) ampliaram classificações sociais consideradas um “problema” para a administração, para além da “questão indígena” e iii) compartilharam um Estado imaginado em uma relação de dependência e, portanto, responsável pela administração de populações merecedoras de seus cuidados. Percorrem-se os lugares sociais dos textos escritos no ensino superior de administração colonial para uma compreensão das configurações sociais envolvidas no desenvolvimento de saberes administrativos projetados para territórioslongínquosnadécadade1950. Com esse microuniverso, delineiam-se as bases para diferenciações entre “nós” e “eles”, os seus efeitos assimiladores e homogeneizadores, e os pressupostos e condições de possibilidade para o exercício de uma vocação imperial.

In this article I analyse discourses and agencies that supported colonial domination in Angola in the 1950s, taking colonial knowledge as a basis. Situated here as a discursive practice, this knowledge emerges through the narratives originating from the specialized training offered to prospective colonial administration officers in Lisbon. An anthropological description and analysis of the final course monographs of the students enables the localization of discursive strategies that: (i) took Africans to be workers who failed to match an ideal type, (ii) widened social classifications deemed a ‘problem’ for the administration beyond the ‘indigenous question,’ and (iii) shared an idea of the State imagined through a relationship of dependency and, therefore, responsible for the administration of populations deserving of its attention. The article explores the social roles of written texts in the higher education system of the colonial administration in order to comprehend the social configurations involved in the development of administrative knowledge intended for use in distant territories in the 1950s. Through an exploration of this microuniverse, the text maps out the bases for differentiations between ‘us’ and ‘them,’ their assimilative and homogenizing effects, and the premises and conditions of possibility for exercising an imperial vocation.

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