4 novembre 2013
Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/0102-4302
Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/2357-738X
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ , info:eu-repo/semantics/openAccess
Maria Inês Smiljanic, « Exotismo e Ciência », Anuário Antropológico, ID : 10.4000/aa.347
Meu objetivo é expor à crítica a construção exoticista da alteridade, desvelando em diferentes discursos a ânsia de domínio e ordenação que persiste ainda hoje na literatura, no senso comum e até mesmo na antropologia. Como observa Mason (1998), o exotismo opera pela extração dos objetos de seu contexto original, para sua posterior recontextualização e ressignificação. Trata-se, portanto, de uma atividade que visa à fragmentação de totalidades preexistentes com o objetivo de reordená-las segundo um novo modelo. Inicio com a conquista da região Amazônica, para depois fixar-me num objeto específico: o discurso sobre os Yanomami. Várias evidências recorrentes no discurso sobre os Yanomami, como sua violência e sua primitividade, são postas em dúvida ou substituídas por um contexto mais amplo.