Fundamentalismos evangélicos e guerras culturais em contextos africanos: o debate ao redor das leis anti-homossexualidade

Fiche du document

Date

31 mai 2021

Type de document
Périmètre
Langue
Identifiant
Relations

Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/0102-4302

Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/2357-738X

Organisation

OpenEdition

Licences

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ , info:eu-repo/semantics/openAccess



Citer ce document

Caterina Alessandra Rea, « Fundamentalismos evangélicos e guerras culturais em contextos africanos: o debate ao redor das leis anti-homossexualidade », Anuário Antropológico, ID : 10.4000/aa.8324


Métriques


Partage / Export

Résumé Pt En

Prolongando a leitura da militante nigeriana Sokari Ekine, a propósito do conflito entre duas narrativas opostas da África queer, este texto mostra que estas narrativas correspondem aos dois polos opostos do que podemos chamar de “guerras culturais norte-americanas” (Kaoma, 2009). Apesar de serem mobilizadas por grupos políticos rivais – os líderes africanos que proclamam a não africanidade da homossexualidade e as ONGs internacionais que denunciam o fenômeno da “homofobia africana” – esses discursos mostram sua fragilidade ao apresentarem a África como uma realidade uniforme, encarnando o olhar neoimperialista e racista do Ocidente, que oculta a pluralidade das culturas e das vivências africanas. Esta compreensão, presente entre xs acadêmicos e militantes africanxs, que lutam pela dissidência sexual, será aqui entrelaçada com a leitura de Kapya Kaoma, que denuncia a exportação das guerras culturais estadunidenses e a ação de igrejas evangélicas ligadas à direita cristã norte-americana, em muitos países da África. A este propósito, torna-se necessário passar por uma breve apresentação da noção de guerras culturais mobilizada pela direita cristã estadunidense e por uma análise de suas pautas antigay. Articulando a tese de Kaoma com algumas das análises da crítica queer of color, tentaremos questionar a narrativa homonacionalista do excepcionalismo ocidental em matérias de gênero, sexualidades e democracia.

Extending a reading by the Nigerian activism Sokari Ekine, regarding the conflict between two opposite narratives of Queer Africa, this paper shows that both these narratives correspond to the two opposite poles of what that we can call “American culture wars” (Kaoma, 2009). Despite being mobilized by rival political groups – African leaders who proclaim the non-Africanity of homosexuality and international NGOs denouncing the phenomenon of “African homophobia” – these two speeches show their fragility in presenting Africa as a uniform reality and embody the neo-imperialist and fundamentally racist view of the West, which hides and ignores the plurality of African cultures and experiences. This understanding, present among African academics and activists, who fight for sexual dissidence, will here be interwoven with the reading of Kapya Kaoma, who have been denouncing, for several years, the exportation of U.S. culture wars and the action of Evangelical churches linked to the U.S. Christian Right in many African countries. So, it is necessary to shortly present the notion of Culture Wars, mobilized by the U.S. Christian Right and analyze its antigay agenda. We articulate Kaoma’s thesis with some analysis from Queer of Color Critique, in order to question the homonationalist discourse of Western exceptionalism, concerning gender, sexualities, and democracy.

document thumbnail

Par les mêmes auteurs

Exporter en