29 décembre 2013
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Olivato Pozzer Márcio Rogério, « O Banco Interamericano de Desenvolvimento e as políticas públicas de patrimônio cultural para as cidades latino-americanas no século XXI », Amerika, ID : 10.4000/amerika.4411
As reformas orientadas para o mercado realizadas na América Latina a partir da década de 1980 diminuíram os gastos públicos e os recursos humanos das organizações nacionais de patrimônio cultural. Para suprir a demanda por recursos surgiu na arena política o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Este artigo, parte da experiência de dois países, Brasil e Equador, para analisar em que medida os órgãos nacionais desobrigaram-se da realização das políticas públicas, sofrendo ingerência do organismo financeiro. Utiliza-se como objeto de estudo duas organizações – o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no Brasil, e o Instituto Nacional de Patrimônio Cultural, no Equador. Assim, verifica-se o processo de enfraquecimento das instituições e como isso contribuiu para que se retirasse, progressivamente, do Estado o poder de decidir, executar e avaliar políticas públicas de preservação do patrimônio cultural. Bem como a transferência de decisões para organismos da iniciativa privada, buscando tornar as instituições públicas meras chanceladoras de decisões tomadas fora delas. Verificou-se, ainda, que o processo de desmonte das instituições de patrimônio brasileira e equatoriana se reverteu a partir dos primeiros anos do século XXI com os governos de Lula e Correa, repercutindo na condução das políticas financiadas pelo BID na América Latina.