22 juin 2014
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Pacheco de Andrade Celeste Maria, « Os « capitães da areia » de Jorge Amado : histórias de vida na cidade da Bahia », Amerika, ID : 10.4000/amerika.4676
Jorge Amado, ao longo de sua obra literária deu voz a muitos sujeitos considerados marginalizados. Em Capitães da Areia, (1937), crianças e adolescentes, conhecidos na Cidade da Bahia – Salvador – como « capitães da areia », são, ao mesmo tempo, os personagens que dão título à narrativa e atores sociais, cujas histórias expõem uma problemática social, a infância abandonada e delinquente na capital baiana. Estruturado em três partes, o romance transita entre o realismo da crítica social e os elementos romanescos e melodramáticos. A primeira « Sob a lua, num velho trapiche abandonado » apresenta o perfil de alguns dos capitães através de histórias quase independentes, mas entrecruzadas. A « Noite da grande paz dos teus olhos », narra o amor de Pedro Bala, um dos líderes, por Dora, única "capitã da areia". Finalmente, em « Canção da Bahia, canção da liberdade » é definido o destino dos personagens. Analisamos a narrativa na perspectiva da História Social, tendo histórias de vida como importante fonte documental. O significado de Capitães da Areia para a trajetória de militante do escritor reside em evidenciar conflitos entre ricos e pobres e entre fracos e fortes, emergindo daí, uma narrativa que denuncia uma sociedade opressora da Bahia da primeira metade do século passado.