25 décembre 2015
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Alves Mota Raquel, « A teoria da fronteira : reverberações e movimentos », Amerika, ID : 10.4000/amerika.6641
O artigo se propõe a discutir − a partir do conto Traoré (2004) de Juan José Saer − como o conceito de fronteira viabiliza os estudos da Literatura Comparada. Essa metáfora representa o movimento incessante do pensamento que se recusa a ser dogmatizado. No conto de Saer é expressivo o estratagema do poder para impor seu domínio por intermédio da construção de discursos legitimadores. Os teóricos da Literatura Comparada defendem uma relação diferenciada com o discurso do poder, já que o pensamento teórico da disciplina nasce no intercambio das diferenças culturais ou na disposição em legitimar novos signos de identidade. A estratégia é colocar-se no limiar dos discursos como forma de preservar o movimento das ideias. Tendo como cerne teórico o conceito de entre-lugar de Silviano Santiago (1978) o artigo desvela como os teóricos da Literatura Comparada defendem as manobras do pensamento como forma de sobrevivência da própria teoria. Perpassam-se outros teóricos que como Santiago defendem esse lugar da diferença : como Bhabha (1998) por meio do conceito do “re-historicizar”, Didi-Huberman (2011) com o movimento dos lucciole ou com a intermitência e Hall (2006) com a metáfora da “interrupção”.