24 avril 2020
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Catarina Tibúrcio, « A Crónica Geral de Espanha de 1344 entre os séculos XIV e XV », Publicações do Cidehus, ID : 10.4000/books.cidehus.9737
A proposta de participação que apresentei à organização do Congresso dos Jovens Investigadores em Idade Média começa por uma breve abordagem explicativa do contexto histórico no qual surgiu a primeira redação da Crónica Geral de Espanha de 1344 e das relações histórico-filológicas entre a primeira e a segunda redações desta Crónica de 1344 e a Crónica de Portugal de 1419. É no âmbito das bibliotecas régias e principescas constituídas durante os reinados de D. João I (1385-1433) e de D. Duarte (1433-1438) que, de acordo com a tese que pretendo provar, residirá a génese de um presumível scriptorium de corte. Já porventura, produto da atividade desse scriptorium régio serão, dentre o final do século XIV e o início do século XV, a segunda redação da Crónica Geral de Espanha de 1344 e a redação da Crónica de Portugal de 1419. Todavia, a produção literária dos primeiros senhores da casa de Avis não se resumiu à encomenda de crónicas, antes se estendeu à tradução de uma grande variedade de textos, a par da produção autógrafa de tratados morais, filosóficos e políticos. Os resultados do estudo codicológico e artístico individual a oito códices iluminados de corte, do século XV português, onde toda essa produção literária está representada, seguiu para uma análise comparativa, no intuito de se perceber se, por essa via, seria possível confirmar ou refutar a hipótese de origem comum. O propósito criador destes textos – que vieram a materializar-se nos oito códices em observação – estava intimamente relacionado com uma estratégia de propaganda política que tomou como instrumento privilegiado, o documento escrito e que terá tido como ponto de partida, não por acaso, a refundição do texto da primeira redação da Crónica Geral de Espanha de 1344.