Geopolítica da fronteira cientifico-tecnologica no Brasil

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4 mars 2014

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Bertha K. Becker et al., « Geopolítica da fronteira cientifico-tecnologica no Brasil », Éditions de l’IHEAL, ID : 10.4000/books.iheal.970


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Géopolitique de la frontière scientifico-technologique au BrésilLa territorialité des nouvelles technologies au Brésil est le reflet du dessein d’un projet géopolitique d’accès à la modernité, formulé et géré par les militaires. Leur stratégie a été celle de la “préemption des importations de technologies” visant le contrôle de la science et de la technologie en tant qu’instruments de construction de l’Etat/Nation et de sa projection comme puissance régionale.La tactique adoptée a engendré l’implantation d’une frontière scientifique-technologique, un espace largement capable de produire de nouvelles réalités et d’accompagner la dynamique mondiale de création et de diffusion d’une nouvelle technologie. L’élément catalyseur de cette frontière est l’industrie aéronautique et celle du système d’armements, dans une articulation complexe, d’une part militaire/civile, et d’autre part publique/privée dont les produits sont suffisamment compétitifs pour occuper des parts significatives du marché mondial.La logique territoriale du projet, adaptée à la réalité socio-économique, a eu comme conséquence l’implantation de la frontière dans la région-coeur du pays (le Sud-est). Plusieurs facteurs locaux ont également influencé la décision de localisation surtout en ce qui concerne la disponibilité d’un milieu technique de base. A partir de la rencontre de la logique géopolitique et de celle de l’entreprise, la région de la vallée du rio Paraïba do Sul appartenant à l’état de São Paulo, a été élue comme “locus” du nouveau coeur technologique du pays. Cette région de la vallée du Paraïba s’est alimentée de l’industrie conventionnelle de l’état de São Paulo, ainsi que des centres de commandement du pouvoir stratégique de l’état de Rio de Janeiro; par contre, elle est également responsable de ce qu’on appelle aujourd’hui la frontière scientifique-technologique du pays à cause du rayonnement de tout un changement qui a stimulé une nouvelle division territoriale du travail à partir de la technologie et des centres de recherche/développement.Comme résultat du projet géopolitique, on se rend compte des ambivalences d’une semi-périphérie qui porte un statut de puissance régionale en Amérique du Sud. Si, d’une part, les indicateurs sociaux mettent le pays dans une des positions les plus basses dans le système mondial, d’autre part, il se situe parmi les dix premières puissances industrielles au niveau planétaire tandis que son industrie d’armements, face à la crise, semble capable de se métamorphoser en une production civile.Desenvolvendo-se como forças produtivas e imbricando-se nas estruturas sociais do poder, Ciência e Tecnologia se constituem como elemento indissolúvel da configuração da ordem planetária. Nesse contexto, a política se transforma e as análises e conceitos convencionais perdem força explicativa. A geopolítica passa a ser incompreensível sem considerar o vetor científico-tecnológico moderno, ou seja, o controle estratégico do espaço e do tempo.O tempo acelerado procura impor no espaço sua lógica homogeneizadora. Entretanto, os Estados permanecem como unidades políticas capazes de mediar a dinâmica planetária e o territόrio nacional. Neste sentido, há que considerar as especificidades das formações sócio-económicas nacionais, onde se desenvolve uma zona de tensão nascida da clivagem entre o global e o local, e o papel político fundamental que o Estado assume na determinação do ritmo e da extensão do acesso à modernidade. Em outras palavras, a moldagem científico-tecnológica do territόrio não é um fenômeno de “generação espontânea” ou resultante do chamado “livre jogo das forças de mercado”, mas é uma realização territorial em regiões de fronteira, mais notadamente a Amazônia.No caso do presente texto, o que se visa lograr é uma “historização” da fronteira, tratando-a não num sentido convencional, que a concebe como franjas de povoamento pioneiro não plenamente estruturado e por isso potencialmente gerador de realidades novas en tempo rápido; detectando-a não nas “bordas” do sistema geopolítico do poder, mas sim em seu cerne, em seu nervo central, aquilo que poderíamos designar como “fronteira originária” de constituição do Brasil de um novo padrão de inserção na ordem política planetária. Visa-se ainda demonstrar que a leitura do territόrio através das paisagens criadas nesta fronteira constitui um método útil para a ampliar a compreensão do projeto geopolítico da modernidade no Brasil.

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