26 juin 2018
Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/1646-7698
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/ , info:eu-repo/semantics/openAccess
Isabel Peixoto Correia et al., « Petits tours: representações do circuito turístico em Lawrence Durrel, David Lodge e Didier van Cauwelaert », Carnets, ID : 10.4000/carnets.5749
O grand tour cedeu, progressivamente, lugar a pequenos circuitos. As grandes paisagens inexploradas quase desapareceram. Ao grande aristocrata sucedeu o turista. O contacto com os autóctones não passa de um simulacro, amiúde encenado para conferir cor local. O exotismo desapareceu e a aventura acantona-se em actividades radicais – ou, até, na esfera virtual. À semelhança da rainha Charlotte, para quem a contemplação do quadro expressamente encomendado a Johann Zoffany, The Tribuna of the Uffizi, substituía a visita in loco à galeria florentina, os turistas a que faremos referência, a partir de três narrativas de Lawrence Durrell, David Lodge e Didier Van Cauwelaert, contentam-se em consumir os roteiros, as paisagens e a gastronomia de locais-bilhete postal. Em contrapartida, este tipo de férias propicia o estudo atento dos companheiros de viagem, pelo que a análise antropológica e sociológica se centra no homo turisticus (Lipovetsky) e constitui uma heterotopia (Foucault).