26 juin 2018
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Maria Luísa Malato Borralho, « Manuel de Figueiredo, atento leitor de Aristóteles e Corneille ou de como o desejo de verdade pode naturalmente conduzir ao inverosímil », Carnets, ID : 10.4000/carnets.5908
“Eu quero escrever dramas úteis e verosímeis”, eis o repetido fito de Manuel de Figueiredo, ao longo dos seus quase 14 volumes de Teatro e vinte anos de leitura dos Antigos e Modernos (1756?-1777). Mas quantas tensões não esconde esta uniformidade? Mesmo depois de Francisco Coelho de Figueiredo lhe ter editado postumamente a obra, M. de Figueiredo raramente foi lido e estudado. Das suas peças, só uma chegou aos palcos (e foi logo retirada de cena). Concebemo-lo como “académico” e imitador servil do classicismo, greco-latino ou francês. Mas Aristóteles e Corneille foram talvez a sua mais remota alavanca crítica, isto é, os autores que mais precocemente incentivaram nele a ponderação das relações paradoxais entre a Inverosimilhança e a Verdade, a Arte e a Realidade, a Literatura e a Dramaturgia.