16 mars 2016
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José Augusto dos Santos Alves, « O Marquês de Pombal e a mudança de paradigma », Cultura, ID : 10.4000/cultura.2222
Num século "ideofágico" e "mitofágico", em que "desconhecidos" agitadores, anti-escolásticos e defensores de ideais subversores, aparentemente não coniventes com o poder, lançam a discussão no seio do Estado e da Sociedade e tentam o centro, o meio-termo, à boa maneira de um eclectismo pontual que não esquece a visão conservadora, mas mantendo-se abertos às inovações, o pombalismo aparenta-se a um marco miliário que apresenta características transformacionais e, muitas vezes, polémicas ao nível das várias esferas, como a literária, por vezes moralizadora e costumeira, a científica ou a técnica. Esta breve alusão conjuntural encaminha-nos ao Marquês de Pombal e às mudanças de paradigma em que se envolve, e assegura, enquanto protagonista do poder que contribui, nesta ambiência, para a abertura a várias transmutações, numa espécie de inter-comunicabilidade entre paradigmas. É sob este ponto de vista da mudança, que o inquérito pombalino, só por si inovador, mandado realizar, após o terramoto de 1755, nos envia, para lá da ruptura técnico-científica que em si encerra, para o sistematizado aparecer de um novo conceito de temporalidade, no mínimo de outra medição do tempo, que devendo ser olhado na perspectiva social, económica, política e cultural, merece, sobretudo, ser visto sob o ângulo em apreço neste trabalho, isto é, no de um outro tempo que se aproxima.