O saber de António Ribeiro dos Santos na arrumação dos saberes da Real Biblioteca Pública da Corte

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20 décembre 2019

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Fernanda Maria Guedes de Campos, « O saber de António Ribeiro dos Santos na arrumação dos saberes da Real Biblioteca Pública da Corte », Cultura, ID : 10.4000/cultura.3664


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Résumé Pt En

A constituição de um esquema organizativo que permita, ao mesmo tempo, respeitar a hierarquia teórica de saberes e a arrumação prática dos livros que os contêm tem sido, ao longo de séculos, uma das questões mais importantes da história das bibliotecas. Por um lado, a teoria classificativa sobretudo a partir do século XVIII, apresenta estruturas elaboradas para as grandes classes do Saber em que sobressai o princípio da hierarquia que ordena as diferentes áreas do conhecimento, da mais geral para a mais particular. Por outro lado, o espaço disponível para a arrumação dos livros condiciona a correta ordenação ora porque é limitado e não permite o crescimento da coleção, ora porque o número de obras em cada classe ou subclasse é variável, ora porque os formatos dos livros nem sempre se ajustam entre si, obrigando a soluções de arrumação que alteram o natural encontro entre a matéria e o livro que se procura. Ao ser chamado a desempenhar as funções de bibliotecário mor da Real Biblioteca Pública da Corte (RBPC), António Ribeiro dos Santos estava absolutamente ciente destas grandes questões. Conhecia os sistemas classificativos que se divulgaram pela Europa, sobretudo através das múltiplas edições de manuais destinados à boa formação de uma biblioteca. Conhecia os esquemas das grandes bibliotecas “enciclopédicas” em que o colecionador, individual ou coletivo, procurava criar e ampliar uma coleção tão completa quanto possível dos mais importantes testemunhos escritos (e não só…) ao longo dos tempos e tinha, para além de sólida formação intelectual, também a experiência de bibliófilo e de bibliotecário da Universidade de Coimbra. Tendo em conta que a RBPC contava com um acervo apreciável de livros, ou seja, não foi constituída de raiz, a missão de António Ribeiro dos Santos no que à arrumação dos saberes diz respeito, consistiu na criação de um corpus bibliográfico, o mais coeso possível, distribuído metodicamente pelo conjunto das salas de que dispunha nas instalações do Terreiro do Paço. A aquisição de novas espécies e a receção de doações acompanhou a arrumação das obras já existentes e exigiu a elaboração de um esquema teórico e prático onde sobressai uma visão estratégica para o acervo da RBPC que a colocava, abertamente, entre os mais modernos estabelecimentos literários da época. O objetivo deste artigo consiste em apresentar a proposta de Ribeiro dos Santos para classificar e arrumar os saberes da Biblioteca, contextualizando-a nos modelos que então se utilizavam na Europa, mas acompanhando nas matérias expostas, a perceção da orientação “enciclopédica” que pretendia para a grande biblioteca pública que, então, nascia.

The quest for the perfect classification system has been an important issue faced by libraries and librarians, over the centuries. Ultimately, it is still today a relevant chapter in the History of Libraries. Knowledge and knowledge organisation pertain not only to the intellectual efforts to elaborate a comprehensive hierarchical array of subjects but also with the practical actions involved in applying such a system when it comes to the physical displaying of books and other manifestations in the libraries’ shelves. When António Ribeiro dos Santos was called upon to direct the Royal Public Library (1796) he already had the experience of a similar position at the library of the University of Coimbra. Furthermore, he was a man of the Enlightenment, with a strong intellectual reputation, and a bibliophile too, which made him aware of the best existing manuals and bibliographies that advised on how to build a library and how to choose the adequate classification system in order to make it useful for the readers. The object of this paper is to present Ribeiro dos Santos’ choices both intellectual and practical ones, in the Library’s organisation and management, highlighting his successful efforts to build a new “encyclopaedic” collection simultaneously focused on acquiring and displaying the latest scientific and technical bibliography, the valuable items of printed and manuscript cultural heritage and a cabinet of Antiquities, as was common on the eighteenth century.

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