3 décembre 2020
Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/0870-4546
Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/2183-2021
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ , info:eu-repo/semantics/openAccess
Paulo Roberto Tonani do Patrocínio, « Uma nação periférica », Cultura, ID : 10.4000/cultura.4891
O presente ensaio parte dos questionamentos construídos por Machado de Assis no artigo “Notícia da atual literatura brasileira: instinto de nacionalidade”, para analisar o lugar que o discurso marginal ocupa na produção literária contemporânea. Nesta perspectiva, utilizando como referência o conceito construído por Machado de Assis, investigo a possibilidade de observarmos a presença de um “Instinto de Marginalidade” na atual literatura brasileira, que não mais se baseia no intuito de formação de uma “literatura nacional”, isto é, unificadora e essencialista, mas como vozes da dissonância e da alteridade. Assim, se o “Instinto de nacionalidade”, detectado por Machado em sua época, serviria a uma busca de independência, não estaríamos igualmente presenciando um ensejo de diferenciação das minorias? E, dessa forma, ainda seguindo os passos do crítico, não correríamos o risco da busca de uma “cor local” que salvaguardaria as fronteiras entre margem e centro?