Análise contra o conceito de trauma cultural: ou como aprendi a amar o sofrimento dos outros sem ajuda da psicoterapia

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2 février 2017

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Wulf Kansteiner et al., « Análise contra o conceito de trauma cultural: ou como aprendi a amar o sofrimento dos outros sem ajuda da psicoterapia », e-cadernos CES, ID : 10.4000/eces.2048


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Résumé Pt En

O artigo avança com uma crítica à situação dos estudos do trauma cultural no início do século xxi. Nessa altura, alguns textos influentes (sobretudo as publicações de Cathy Caruth) contribuíram para o estabelecimento de um campo estruturado e interdisciplinar que relevava o trauma cultural como uma rutura bem-vinda em relação às hegemonias culturais e às narrativas principais existentes. Utilizando uma perspetiva desconstrutiva, o discurso dos estudos do trauma cultural desenvolvia conceitos clínicos do trauma, mas não se interessava pelas experiências e pelo tratamento das vítimas reais de trauma. Para além disso, este discurso colocava a tónica no papel que os média assumem na perpetuação do trauma cultural, mas falhava na utilização da investigação existente, pelo que assumia erradamente como um todo representações de violência dos média e experiências de trauma coletivo. Como resultado de uma curiosidade interdisciplinar e uma autorreflexão concetual insuficientes, o discurso do trauma cultural produzia reflexões problemáticas anti-narrativas e anti-empíricas, enaltecendo práticas centradas em textos artísticos e filosóficos como espaços de verdadeira resistência estética contra um status quo alegadamente repressivo do ponto de vista intelectual.

The essay delivers a critique of the state of cultural trauma studies at the beginning of the 21st century. At that point in time, a few very influential texts, especially the publications of Cathy Caruth, helped establish a fairly homogenously structured interdisciplinary terrain that celebrated cultural trauma as a welcome disruption of existing cultural hegemonies and master narratives. Delivered from a deconstructive point of view, the cultural trauma discourse deployed clinical concepts of trauma but displayed no interest in the experiences and treatment of actual trauma victims. Moreover, the cultural trauma discourse emphasized the role of the media in the perpetuation of cultural trauma but failed to tap into existing media research thus mistakenly conflating mass media representations of violence with experiences of collective trauma. As a result of insufficient interdisciplinary curiosity and conceptual self-reflexivity, the cultural trauma discourse displayed troublesome anti-narrative and anti-empirical reflexes praising conventional, text-centered artistic and philosophical practices as sites of authentic aesthetic resistance against an allegedly repressive intellectual status quo.

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