17 août 2020
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Luciana Martinez, « Viver o fim, repensar um começo: representações pós-coloniais do futuro na cultura brasileira », e-cadernos CES, ID : 10.4000/eces.4782
O artigo percorre três representações do fim do mundo produzidas no Brasil: a música “E o mundo não se acabou” (1938), interpretada por Carmen Miranda; a vídeo-obra Luz negra (2002), de Nuno Ramos e Eduardo Climachauska; e o documentário de ficção científica Branco sai, preto fica (2014), de Adirley Queirós. O trajeto por estas obras revela tanto a constância da ideia de apocalipse no imaginário cultural brasileiro quanto as diferenças entre tais retratos que circulam pelo país. A análise tem sobretudo enfoque na obra mais recente, o filme de Queirós, realizado em uma época em que a experiência de fim adquire singular solidez. A partir de Queirós, proponho uma reflexão sobre o necropoder no Brasil e em que sentidos a alteridade que se estabelece na relação entre a capital moderna Brasília e a periférica Ceilândia – retratadas no filme – pode nos ajudar a pensar a diferença de maneira alternativa. Argumento que já vivemos o apocalipse e, para sair dele, é necessário recorrer a novos imaginários e novas formas de viver coletivamente.