Spaces of Dis/Harmony in Colonial Goa. Lefebvre’s Spatial Dynamics and the Convent of Santa Mónica, 1606-1740

Résumé En Pt

This paper explores the interplay of Henri Lefebvre’s conceived, perceived, and lived spaces in the Real Convento de Santa Mónica, a nunnery located at the heart of the Portuguese Asian empire, in Goa, India. The sense of harmony produced by the conceived and perceived spaces, frameworks that produced a particular habitus among the nuns, which in turn facilitated congenial lived spaces that aligned with the nuns’ aspirations, was significantly disrupted by an external authority, the Archbishop of Goa Ignácio de Santa Teresa, in the early eighteenth century. The archbishop’s desire to curb the power of the Orders and elevate the local Goan ecclesiastical institutions had an unintended effect: it introduced a state of disharmony into the lived space of the nuns, and thus the dialectic between habitus and space led many nuns to experience the convent not as a place of calm and refuge, but rather as a prison. This article is part of the special theme section on Women, Children, and Enslaved People in the Portuguese Empire in Asia, 16th-18th Centuries, guest-edited by Rozely Vigas and Rômulo Ehalt.

Este artigo explora a interação dos espaços concebidos, percebidos e vividos (segundo o modelo de Henri Lefebvre) no Real Convento de Santa Mónica, localizado em Goa, Índia. O sentido de harmonia produzido pelos espaços concebidos e percebidos, estruturas que produziam um habitus particular entre as freiras e que facilitavam espaços vividos congeniais que se alinhavam com as suas aspirações, foi perturbado pela autoridade do arcebispo de Goa, Ignácio de Santa Teresa, no início do século XVIII. O desejo de controlar o poder das ordens (agostinianos, franciscanos e jesuítas) e elevar as instituições eclesiásticas de Goa levou-o a negar aos membros destas ordens o privilégio de servirem como confessores e conservadores do convento. Estas ações introduziram um estado de desarmonia no espaço vivido de uma parte significativa das freiras, e assim a dialética entre o habitus e o espaço levou muitas a experienciarem o convento como uma prisão. Este artigo faz parte do dossier temático sobre Mulheres, crianças e escravizados no império português da Ásia, séculos XVI-XVIII, organizado por Rozely Vigas e Rômulo Ehalt.