Nos limites da humanidade: necropolítica, direitos humanos e ilegibilidade estatal no Brasil

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15 décembre 2020

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Tiago Lemões, « Nos limites da humanidade: necropolítica, direitos humanos e ilegibilidade estatal no Brasil », Revista Crítica de Ciências Sociais, ID : 10.4000/rccs.10948


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Résumé Pt En Fr

Neste texto analiso os mecanismos pelos quais agentes estatais mobilizam regimes de verdade e retóricas de direitos humanos para racionalizar e, ao mesmo tempo, ocultar rastros de brutalidade deixados por diferentes formas de violência estatal. Para explicitar e discutir estes mecanismos, descrevo uma experiência etnográfica envolvendo instituições jurídicas, universitárias e movimentos sociais em torno da investigação da morte de uma pessoa em situação de rua, em Porto Alegre, no contexto da Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil. Com isso, busco situar, em meio ao poder necropolítico, as ferramentas discursivas e institucionais que permitem ao Estado negar-se como perpetuador do terror frente a uma ampla campanha pela garantia dos direitos humanos das pessoas em situação de rua.

In this paper, I analyze the mechanisms by which the agents of the state mobilize the rhetoric of human rights to hide the different forms of state violence. To explain and discuss these mechanisms, I describe an ethnographic experience involving legal institutions, universities and social movements around the investigation of the death of a homeless man, in the city of Porto Alegre, in the context of the 2014 FIFA World Cup in Brazil. In the context of the necropolitics of power, I explain the discursive and institutional strategies that allow the State to hide its violent interventions in the face of a broad campaign to guarantee human rights for the homeless.

Dans cet article j’analyse les mécanismes par lesquels les agents de l’État mobilisent des régimes de vérité et des rhétoriques des droits humains pour rationaliser et, par la même, masquer des traces de brutalité laissées par différentes formes de violence d’État. Pour expliquer et discuter ces mécanismes, je décris une expérience ethnographique impliquant des institutions juridiques et universitaires et des mouvements sociaux autour de l’investigation sur la mort d’une personne sans domicile fixe, à Porto Alegre, dans le cadre de la Coupe du Monde de la FIFA 2014 au Brésil. Je cherche ainsi à situer, dans le contexte du pouvoir nécropolitique, les outils discursifs et institutionnels qui permettent à l’État de cacher la terreur de ses interventions durant une vaste campagne visant à garantir les droits fondamentaux des personnes sans domicile fixe.

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