A crítica arquitectónica, o debate social e a participação portuguesa nos “Pequenos Congressos” – 1959/1968

Résumé Pt En Fr

Durante a década de 60, um grupo de arquitectos espanhóis reunia‑se com regularidade em encontros a que chamavam ‘Pequenos Congressos’ para visitar obras, realizar sessões de crítica e discutir os temas que os preocupavam. Nuno Portas participa no Pequeno Congresso de Tarragona, em 1967 e é responsável pela realização de um Encontro em Portugal, no mesmo ano. A presença de Siza Vieira no Congresso de Vitória, em 1968, protagonizando uma das sessões de ‘Exposição e Discussão de Projectos’, tornou‑se num momento determinante para o reconhecimento internacional da arquitectura portuguesa. Conjuntamente, a sua obra, a actividade intelectual de Nuno Portas e o interesse despertado pelas operações SAAL tornaram a arquitectura portuguesa objecto da atenção permanente da crítica e da imprensa em Espanha, França e Itália durante toda a década de 70.Ao longo do artigo abordam‑se os temas debatidos nos Pequenos Congressos e a importância desse debate para a formação da consciência crítica, que permitiria reagir ao vazio de paradigma vivido na passagem da primeira para a segunda metade do século XX e que está na raiz da complexa situação contemporânea.

In the 1960s a group of Spanish architects held regular meetings called ‘Pequenos Congressos’ (small conferences) which involved visits to projects, critical sessions and discussions on matters that were of concern to them. Nuno Portas took part in the 1967 Tarragona Pequeno Congresso and was responsible for organizing a meeting in Portugal in the same year. The presence of Siza Vieira at the 1968 Vitória conference, in which he headed one of the ‘Project Exhibition and Discussion’ sessions, was a decisive moment in terms of international recognition for Portuguese architecture. His work, the intellectual activities of Nuno Portas and the interest aroused by the SAAL housing projects all made Portuguese architecture the focus of ongoing attention from the press and critics in Spain, France and Italy throughout the 1970s.This article explores the topics discussed at the Pequenos Congressos and their importance in shaping critical awareness, paving the way for reactions to the lack of paradigm experienced during the transition from the first to the second half of the 20th century, and which lies at the roots of the complex situation today.

Durant la décennie de 60, un groupe d’architectes espagnols se réunissait avec régularité dans des rencontres auxquelles ils donnaient le nom de ‘Petits Congrès’ pour visiter des travaux, réaliser des sessions de critique et débattre des thèmes dont ils se souciaient. Nuno Portas participa au Petit Congrès de Tarragone, en 1967, et fut responsable de la réalisation de Rencontres au Portugal, la même année. A présence de Siza Vieira au Congrès de Victoria, en 1968, où il fut le protagoniste d’une des sessions de ‘Exposition et Discussion de Projets’, devint un moment déterminant pour la reconnaissance internationale de l’architecture portugaise. En conjugaison avec son œuvre, l’activité intellectuelle de Nuno Portas et l’intérêt éveillé par les opérations SAAL firent de l’architecture portugaise l’objet de l’attention permanente de la critique et de la presse en Espagne, en France et en Italie durant toute la décennie de 70.Au long de l’article nous abordons les thèmes débattus dans les Petits Congrès et l’importance de ce débat pour la formation de la conscience critique, qui permit de réagir au vide de paradigme vécu au cours du passage de la première à la seconde moitié du XXème siècle et qui est à l’origine de la complexité de la situation contemporaine.