Participar porquê e para quê? Reflexões em torno dos efeitos da democracia local na equidade e na legitimidade dos eleitos

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18 janvier 2013

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Isabel Guerra, « Participar porquê e para quê? Reflexões em torno dos efeitos da democracia local na equidade e na legitimidade dos eleitos », Revista Crítica de Ciências Sociais, ID : 10.4000/rccs.4182


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Résumé Pt En Fr

Este artigo reflecte sobre a democracia participativa ao nível local, justificando a sua emergência em função da complexidade crescente da sociedade e da necessidade de aproximar as decisões dos contextos locais de onde emergem as novas necessidades sociais. Dando conta do abundante discurso sobre a participação na agenda política onde os conceitos de parceria, redes sociais, governança, etc. estão presentes interroga‑se sobre a possibilidade de avaliar os resultados práticos desses modos de co‑produção das políticas públicas. Considera‑se que, para responder a estas questões, seria necessário recorrer a dimensões teóricas e empíricas, dando particular realce à distância potencial entre discursos e práticas. Sociologicamente, seria interessante entender como se processam os conflitos e os consensos em termos das relações de poder que atravessam uma sociedade ou uma situação concreta, quais as posições de concertação, como foram redistribuídos os recursos societais, a favor de que grupos e de que princípios de justiça social. No contexto destas dinâmicas seria importante elucidar as formas de construção da acção colectiva, clarificando os papéis dos diferentes actores intervenientes e muito particularmente do agente público.

This article reflects on local participatory democracy, explaining its emergence in terms of the growing complexity of society and the need to bring decisions closer to the local contexts in which new social needs arise. Taking into account the abundant discourse on participation in the political agenda, which includes concepts of partnership, social networks, governance, etc., it explores the possibility of assessing the practical results of these methods of co-producing public policies. In order to respond to these questions, it is considered necessary to resort to both theoretical and empirical dimensions, emphasising in particular the potential distance between discourse and practice. In sociological terms, it is of interest to understand how conflicts and consensuses are processed in terms of the power relationships that permeate a society or a concrete situation, the positions on conciliation, how social resources are redistributed, and which groups and principles of social justice they favour. In the context of these dynamics, it is important to explain the ways in which collective action is constructed, clarifying the roles of the different actors involved and, in particular, public agents.

Cet article se penche sur la démocratie participative au niveau local, en justifiant son émergence en fonction de la complexité croissante de la société et du besoin de rapprocher les décisions des contextes locaux d’où émergent les nouvelles nécessités sociales. Partant de l’abondant discours sur la participation dans l’agenda politique, où les concepts de partenariat, réseaux sociaux, gouvernance, entre autres, sont présents, nous nous interrogeons sur la possibilité d’évaluer les résultats pratiques de ces modes de coproduction des politiques publiques. Nous estimons que pour répondre à ces questions, il faudrait faire appel à des dimensions théoriques et empiriques, en mettant tout particulièrement en relief la distance potentielle entre discours et pratiques. Sociologiquement, il serait intéressant de comprendre comment sont traités les conflits et les consensus en termes des relations de pouvoir que traversent une société ou une situation concrète, quelles sont les positions de concertation, comment furent redistribuées les ressources sociétales, pour le bien de quels groupes et sur quels principes de justice sociale. Dans le contexte de ces dynamiques, il serait important de mettre en lumière les formes de construction de l’action collective, en clarifiant les rôles des différents acteurs intervenants et, tout particulièrement, celui de l’agent public.

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