Uma cidade pós‑criativa?

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4 septembre 2013

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Malcom Miles, « Uma cidade pós‑criativa? », Revista Crítica de Ciências Sociais, ID : 10.4000/rccs.5091


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Résumé Pt En Fr

Na década de 1990, a reabilitação urbana de base cultural tornou‑se regra na Europa, legitimada pelo conceito de cidade criativa. Em alguns casos, esse processo levou a uma marginalização de culturas locais; noutros, a esperada nova prosperidade não se concretizou com a estetização do espaço e o resultante do enobrecimento urbano (gentrification). A cidade criativa é uma cidade socialmente fragmentada na qual se valoriza a cultura entendida como as artes, em detrimento da cultura enquanto articulação de valores partilhados no quotidiano. Contudo, a crise financeira de 2008 intercetou esta trajetória, proporcionando uma oportunidade para reavaliar o conceito de cidade criativa e os seus valores implícitos. Têm aparecido alternativas, nomeadamente o movimento Ocupa e a arte ativista. Poderá existir uma cidade pós‑criativa? Poderá a imaginação criativa de uma diversidade de grupos urbanos levar a novas formações sociopolíticas e culturais? Isso constituiria possivelmente uma outra revolução urbana.

Culturally‑led urban redevelopment became the norm throughout Europe during the 1990s. It was rationalized as the idea of a creative city. In some cases, local cultures were marginalized; in others, the promised new prosperity did not arrive while the aestheticisation of space led to gentrification. The creative city is not a socially coherent but rather a socially divisive city, in which culture as the arts is privileged over culture as the articulation of shared values in everyday life. The 2008 financial services crisis interrupted this trajectory, however, providing an opportunity to reassess the idea of a creative city and the values implicit in it. Alternatives emerge in direct action – notably Occupy in 2011‑12 – and activist art. Could there be a post‑creative city? Could the creative imagination of diverse urban groups lead to new socio‑political as well as cultural formations? That might be another urban revolution.

Durant la décennie de 1990, la réhabilitation urbaine d’essence culturelle est devenue règle en Europe en puisant sa légitimité dans le concept de cité créative. Dans certains cas, ce processus a conduit à une marginalisation de cultures locales; dans d’autres, la nouvelle prospérité que l’on attendait n’a pas eu lieu par le truchement de l’esthétisation de l’espace et l’embourgeoisement urbain (gentrification) en résultant. La cité créative est une cité socialement fragmentée dans laquelle est mise en valeur la culture entendue comme les arts, au détriment de la culture en tant qu’articulation de valeurs partagées au quotidien. Cependant, la crise financière de 2008 a interrompu cette trajectoire, offrant ainsi une chance de réévaluer le concept de cité créative et de ses valeurs implicites. Des alternatives ont vu le jour, notamment le mouvement Ocupa et l’art activiste. Une cité post‑créative peut‑elle exister? L’imagination créative d’une diversité de groupes urbains pourra‑t‑elle conduire à de nouvelles formations sociopolitiques et culturelles? Cela constituerait sans doute une nouvelle révolution urbaine.

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