9 décembre 2016
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José Vandério Cirqueira, « Élisée Reclus e a excentricidade de sua geografia anarquista », Terra Brasilis, ID : 10.4000/terrabrasilis.1787
Élisée Reclus (1830–1905) contradiz a centralidade racionalista de sua época, situando toda sua obra entre a composição de um novo paradigma na geografia e o posicionamento excêntrico, dotado de criticismo libertário, contrário à geografia racionalista. A geografia universitária que o sucedeu, negligenciou a sua contribuição, taxando-a de descritiva e órfã de objeto. Por sua vez, sua obra foi escamoteada e subsumida também pela geografia crítica radical, de base marxista, mesmo sabendo que ele foi o criador da geografia crítica social. Reclus criou um novo paradigma na geografia, a geografia anarquista, e também uma nova vertente do anarquismo, o anarquismo geográfico. Como aporte teórico para o entendimento da excentricidade da geografia anarquista de Reclus é de suma importância recorrer à revisão crítica de suas três grandes obras: La Terre, Nouvelle Géographie Universelle e L’Homme et la Terre. Essas obras compõem um apurado projeto de geografia socioambiental libertária constituído pelo geógrafo francês ácrata. O libertarismo geográfico, nascido de sua militância e de seu cientificismo, hoje extrapola a ciência geográfica em si e chega a outros ramos do saber, diante da necessidade de afirmação das diferenças e da transformação do status quo pela via da ação direta no espaço.