A sexualidade de Mário: menos velocidade, mais paciência

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30 avril 2024

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César Braga-Pinto, « A sexualidade de Mário: menos velocidade, mais paciência », Iberic@l, ID : 10670/1.0os3zz


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Résumé Pt Fr En

Com a recente publicação da íntegra da “Carta de Mário de Andrade a Manuel Bandeira de 7 de abril de 1928”, o assunto da suposta homossexualidade de Mário de Andrade, censurado durante décadas e, segundo alguns, reprimido ou sublimado pelo próprio escritor, já não pode ser ignorado nem pelos críticos nem pelos biógrafos. O artigo argumenta que, se há violência na longa exclusão a qualquer menção à homossexualidade na obra e na biografia do poeta, não é menor a violência contida no impulso de “tirar o autor do armário”. E se há opacidade e elipses em seu discurso sobre o sexo e a sexualidade, não é por recalque, pudor ou moralidade cristã, mas, ao contrário, é resultado de uma estratégia de resistência ao olhar médico-jurídico e normalizador que dá nome às dissidências para tão logo puni-las. Propõe-se rastrear o uso da palavra “paciência” em sua obra (assim como em sua recepção), para melhor se compreender o sentido e o efeito do armário cuidadosamente elaborado pelo escritor.

Avec la récente publication de l’intégralité de la « Lettre de Mário de Andrade à Manuel Bandeira du 7 avril 1928 », le sujet de l’homosexualité présumée de Mário de Andrade, censurée pendant des décennies et, selon certains, réprimée ou sublimée par l’écrivain lui-même, ne peut plus être ignoré ni par les critiques ni par ses biographes. Nous soutenons que, s’il y a de la violence dans la longue exclusion de toute mention à l'homosexualité dans l’œuvre et dans la biographie du poète, la violence contenue dans le désir de « sortir l’auteur du placard » ne l’est pas moins. Si opacité et ellipses il y a dans son discours sur le sexe et la sexualité, ce n’est pas à cause du refoulement, de la pudeur ou de la morale chrétienne. Il s’agit au contraire du résultat d’une stratégie de résistance à la perspective médico-légale et normalisatrice qui nomme les dissidences, puis les punit. Nous nous proposons, dans cet article, de retracer l’usage du mot « patience » dans son œuvre (ainsi que dans sa réception), afin de mieux comprendre le sens et l’effet du placard soigneusement élaboré par l’écrivain.

With the recent publication of the unedited version of the “Letter from Mário de Andrade to Manuel Bandeira of April 7, 1928”, the topic of Mário de Andrade’s alleged homosexuality, censored for decades and, according to some, repressed or sublimated by the writer himself, can no longer be ignored either by critics or biographers. This article argues that, if there is violence in the exclusion of any mention of homosexuality in the poet's work and biography, the violence contained in the impulse to “take the author out of the closet” is no less violent. And if there is opacity and ellipses in his discourse on sex and sexuality, it is not because of repression, modesty, or Christian morality, but, on the contrary, it is the result of a strategy of resistance to the medical-legal and normalizing perspective that names the dissidences in order to punish them. I propose to trace the use of the word “patience” in his work (as well as in its reception), to better understand the meaning and effect of the closet that was carefully elaborated by the writer.

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