1 juin 2010
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Ulisses Neves Rafael, « Muito barulho por nada ou o xangô rezado baixo: uma etnografia do Quebra de 1912 em Alagoas, Brasil », Etnográfica, ID : 10670/1.4lec8x
Em junho de 1939 Gonçalves Fernandes visitou Maceió, quase trinta anos após o fatídico episódio que ficou conhecido no local como o Quebra de 1912 e que implicou na destruição quase total das casas de cultos afro-religiosos da capital estadual e municípios vizinhos. O estudioso pernambucano verificou a existência de uma modalidade religiosa que ele chamou de candomblé em silêncio, tendo dedicado ao assunto todo o primeiro capítulo do seu livro O Sincretismo Religioso no Brasil. As cerimônias realizadas nos terreiros de Maceió no período são descritas por ele como uma liturgia fechada, sem danças, cantos e sem a exaltação dos toques dos tambores, estando, portanto, cercadas de mistério e segredo, prevalecendo o cochicho e as atitudes pouco extravagantes.