This thesis focuses on the mechanisms of instrumentalisation and appropriation of an often depoliticized practice, urban agriculture, in the emerging global metropolis of São Paulo. In this agglomeration of twenty-two million inhabitants, non urbanised land dedicated to agriculture is rare. When it does survive, it is because of its landscape and socio-environmental functions, rather than its participation to food supply, which is underestimated by policies and city managers. A sustainable urban model is spreading, making urban agriculture the showcase of green modernity. At the same time, nutritional deserts persist on the socio-spatial margins of the eastern zone. The poor population who live there make urban agriculture a multi-faceted activity that benefits their nutritional, physical and mental health. Maintaining local agrobiodiversity and ancient knowledge, urban agriculture delays the standardisation of food and contributes to fairer food systems on a local scale.
Cette thèse porte sur les mécanismes d’instrumentalisation et d’appropriation d’une pratique souvent dépolitisée, l’agriculture urbaine, dans la métropole mondiale émergente de São Paulo. Dans cette agglomération de vingt-deux millions d’habitants, les terres non bâties dédiées à l’agriculture sont rares. Lorsqu’elles perdurent, c’est au regard de leurs fonctions paysagères et socio-environnementales, plus que pour leur rôle nourricier, sous estimé par les politiques publiques et les gestionnaires. Un modèle urbain durable se diffuse, qui fait de l’agriculture urbaine la vitrine d’une modernité verte. Parallèlement, les déserts nutritionnels perdurent dans les marges sociospatiales de la zone est. Les populations vulnérables qui y habitent se saisissent de l’agriculture urbaine comme d’une activité plurielle, qui bénéficie à leur santé nutritionnelle, physique et mentale. Le maintien d’une agrobiodiversité locale et de savoirs anciens retardent la standardisation de l’alimentation et contribuent à des systèmes alimentaires plus justes à l’échelle locale.
Esta tese analisa os mecanismos de instrumentalização e apropriação de uma prática frequentemente despolitizada : a agricultura urbana, na metrópole mundial e emergente de São Paulo. Nesta aglomeração de vinte e dois milhões de habitantes, são raras as terras rurais dedicadas à agricultura. Quando estas são mantidas, é por suas funções paisagísticas e socioambientais mais do que por seu papel como fonte de alimentos, o qual é subestimado por políticas públicas e pelos gestores políticos. Em contrapartida, um modelo urbano sustentável está se espalhando, fazendo da agricultura urbana a vitrine de uma modernidade verde. A pesar disso, os desertos nutricionais persistem nas margens sócio-espaciais da Zona Leste. Muitas pessoas vulneráveis que aí vivem vêem a agricultura urbana como uma atividade multifuncional que beneficia a sua saúde nutricional, física e mental. A conservação de uma agrobiodiversidade local e dos conhecimentos ancestrais atrasa a estandardização dos alimentos e contribui para sistemas alimentares mais justos à escala local.