Lusotopie, Lusotopy. What Legacy, What Future?

Résumé En Fr Pt

The introduction of this issue goes back over the history of the creation of the Lusotopie journal. It also questions the scope of the concept of lusotopy in the social sciences. The intellectual project of the journal, published from 1994 onwards, was complex and ambitious. Lusotopie is not a review of “cultural-area” studies, but a generalist review of political analysis, in the broadest sense, from an empirically-delimited research field: that of the area drawn by Portuguese history and colonization. It was both to escape the contemporary neo-imperial approach of “Lusophony” and to overcome the simply negative criticism of the ideology of Lusophony (in its literary, political and economic aspects), which as such does not provide a tool for understanding the realities produced by history.

L’introduction de ce dossier revient sur l’histoire de la création de la revue Lusotopie et interroge la portée du concept de lusotopie dans les sciences sociales. Le projet intellectuel de la revue, publiée à partir de 1994, était complexe et ambitieux. Lusotopie n’est pas une revue d’« aire culturelle » mais une revue généraliste d’analyse politique, au sens large, à partir d’un terrain empirique de recherche, celui de l’aire dessinée par l’histoire et la colonisation portugaises. Il s’agissait à la fois d’échapper à l’approche néo-impériale contemporaine de la « lusophonie » et de dépasser la critique simplement négative de l’idéologie de la lusophonie (dans ses aspects littéraires, politiques et économiques) qui ne fournit pas, en tant que telle, un outil pour comprendre des réalités produites par l’histoire.

A introdução deste dossiê retoma a história da criação da revista Lusotopie e interroga a pertinência deste conceito nas ciências sociais. O projeto intelectual da revista, publicada a partir de 1994, era complexo e ambicioso. Lusotopie não é uma revista pesquisando uma “área cultural”, mas uma revista generalista de análise política no sentido lato, a partir de um terreno empírico de investigação da área traçada pela história e pela colonização portuguesa. Tratava-se, simultaneamente, de evitar a leitura neoimperial contemporânea da “lusofonia” e de ultrapassar a crítica simplesmente negativa da ideologia da lusofonia (nos seus aspetos literários, políticos e económicos), já que esta não fornece, por si só, um instrumento que permita compreender as realidades produzidas pela história.