A respeito de alguns trompe l'oeil etnográficos. A arte sulka no museu

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2022

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Monique Jeudy-Ballini, « A respeito de alguns trompe l'oeil etnográficos. A arte sulka no museu », HAL SHS (Sciences de l’Homme et de la Société), ID : 10670/1.b64d32...


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Ao longo das últimas décadas, a multiplicação exponencial dos museus ao redor do mundo levou a questionar cada vez mais a sua autoridade moral e a sua capacidade de representar as culturas, a tal ponto que parece "irrealizável a criação de um modelo museal isento de qualquer dominação e distorção na representação 2 ". As críticas destacam, em especial, a visão atemporal, enviesada ou obsoleta apresentada das sociedades não ocidentais e a ideologia colonialista que oculta ou falseia a relação com o passado. Ao denunciar também a atrofia sensorial e emocional, a redução sóciocentrada das culturas à sua materialidade, os sistemas de classificação implícitos, o imaginário da autenticidade, a supervalorização do antigo e a rejeição concomitante dos sinais de hibridez ou de modernidade, convidavam para repensar o tratamento museográfico da história, do espetáculo vivo e da alteridade cultural. No plano antropológico, a problemática é relevante, pois enquanto as instituições museais refletem as ideias teóricas, elas também contribuem para a sua formação. Exemplificando com o caso dos Sulka da Nova-Bretanha (Papuásia Nova-Guiné), gostaria de evocar aqui o mal-entendido que rodeia a apresentação/representação museal de suas máscaras; um mal-entendido do qual só se percebe a extensão quando se entende a importância crucial, e para ser exato, cosmológica, que os Sulka conferem à beleza. Levar o público dos museus, que descobre esses objetos atrás de uma vitrine, a admitir a impossibilidade prática e o contrassenso que constitui qualquer tentativa cenográfica de restituição mimética seria, deste ponto de vista, uma maneira de reconhecer a legitimidade do processo de apropriação interpretativa, desde que se assuma como tal.

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