Technologies, permanences et mutations du journalisme de guerre : De la correspondance écrite au numérique Tecnologias, permanências e mutações no jornalismo de guerra: Da correspondência ao digital Fr Pt

Résumé Fr Pt

L’histoire du journalisme de guerre est intrinsèquement liée aux avancées technologiques des moyens de communication, qui ont transformé non seulement les pratiques journalistiques, mais aussi les conditions de production et les discours sur les conflits armés. Des premières correspondances écrites au XIXe siècle à la couverture médiatique en temps réel rendue possible par Internet et les réseaux socionumériques, le journalisme de guerre a traversé différentes phases d’adaptation. Le télégraphe a révolutionné l’immédiateté de l’information lors de la guerre de Crimée (1853-1856) et de la guerre de Sécession (1861-1865), la télévision a façonné la perception du public pendant la guerre du Vietnam (1955-1975), et le journalisme en temps réel s’est imposé lors de la guerre du Golfe (1990-1991) avec la couverture 24 heures sur 24 de CNN. Plus récemment, la guerre en Syrie et le conflit en Ukraine ont mis en évidence le rôle central des plateformes numériques, d’un journalisme immersif et des correspondants locaux, renforçant ainsi la décentralisation de la production d’information. Cependant, ces transformations s’accompagnent également de défis persistants, tels que la censure, la manipulation de l’information et l’instrumentalisation des médias par les acteurs politiques et militaires. Face à ce panorama et à travers une recherche bibliographique et documentaire, cette communication examine les permanences et les mutations du journalisme de guerre à la lumière de l’histoire des médias, en analysant les frontières et les interrelations entre technologie, profession et discours journalistique au fil des siècles.

A história do jornalismo de guerra está intrinsecamente ligada aos avanços tecnológicos dos meios de comunicação, que transformaram não apenas as práticas jornalísticas, mas também as condições de produção e os discursos sobre os conflitos armados. Desde as primeiras correspondências escritas no século XIX até à cobertura midiática em tempo real viabilizada pela internet e pelas redes sociais digitais, o jornalismo de guerra passou por distintas fases de adaptação. O telégrafo revolucionou o imediatismo da informação na Guerra da Crimeia (1853-1856) e na Guerra da Secessão (1861-1865), a televisão moldou a percepção do público durante a Guerra do Vietnã (1955-1975), e o jornalismo em tempo real consolidou-se na Guerra do Golfo (1990-1991), com a cobertura 24 horas da CNN. Mais recentemente, a Guerra da Síria e o conflito na Ucrânia evidenciaram o protagonismo das plataformas digitais, de um jornalismo imersivo e dos correspondentes locais, ampliando a descentralização da produção informativa. No entanto, essas transformações também mantêm desafios persistentes, como a censura, a manipulação da informação e a instrumentalização dos media por atores políticos e militares. Perante este panorama e por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, esta comunicação investiga as permanências e mutações do jornalismo de guerra à luz da história dos media, analisando as fronteiras e inter-relações entre tecnologia, profissão e discurso jornalístico ao longo dos séculos.