Pode a periferia falar? Uma releitura crítica da produção cultural das periferias

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19 décembre 2022

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Silvio Rogério Santos, « Pode a periferia falar? Uma releitura crítica da produção cultural das periferias », Geografares, ID : 10670/1.fh83oy


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Résumé Pt En Es Fr

Neste artigo, busco fazer uma releitura crítica da produção cultural das periferias e sua relação com o « sistema », ou seja, com o poder estabelecido. A partir dos financiamentos utilizados por tal produção, sejam eles públicos ou privados, assim como suas parcerias e os desdobramentos resultantes desses vínculos, busco refletir sobre os impactos políticos, culturais e subjetivos no contexto das periferias. Tomo como ponto de partida os trabalhos seminais sobre o tema, assim como a discussão de Érica Peçanha sobre o « projeto pedagógico, estético e político » que deriva dessa produção. Levanto algumas questões para se pensar cultura, política e periferias no contexto atual, considerando a incidência da lógica neoliberal/neocolonial na cultura e tendo por base a pesquisa que desenvolvo desde 2016 com os Coletivos Perifatividade e Poesia na Brasa e, mais recentemente, com a Casa Ecoativa e o coletivo Imargem, em São Paulo.

In this article, I seek to make a critical rereading of the cultural production of the peripheries and its relationship with the « system », that is, with the established power. From the financing used by such production, whether public or private, as well as their partnerships and the consequences resulting from these links, I seek to reflect on the political, cultural and subjective impacts in the context of the peripheries. Taking as a starting point the seminal works on the subject, as well as the « pedagogical, aesthetic and political project » (NASCIMENTO, 2009) derived from this production, I raise some questions that I think are interesting, to think about culture, politics and peripheries in the current context, reflecting on the incidence of neoliberal/neocolonial logic in culture, based on the research I have been developing since 2016 with collectives Perifatividade and Poesia na Brasa and more recently with Casa Ecoativa and collective Imargem, in São Paulo.

En este artículo busco hacer una relectura crítica de la producción cultural de las periferias y su relación con el « sistema », es decir, con el poder establecido. A partir del financiamiento utilizado por dicha producción, ya sea pública o privada, así como de sus alianzas y las consecuencias derivadas de estos vínculos, busco reflexionar sobre los impactos políticos, culturales y subjetivos en el contexto de las periferias. Tomando como punto de partida los trabajos seminales sobre el tema, así como el « proyecto pedagógico, estético y político » (NASCIMENTO, 2009) derivado de esta producción, formulo algunas preguntas que me parecen relevantes para pensar la cultura, la política y las periferias en el contexto actual, reflexionando sobre la incidencia de la lógica neoliberal/neocolonial en la cultura, a partir de la investigación que vengo desarrollando desde 2016 con Coletivos Perifatividade y Poesia na Brasa y, más recientemente, con Casa Ecoativa y el colectivo Imargem, en São Paulo.

Dans cet article, je cherche à faire une relecture critique de la production culturelle des périphéries et de son rapport au «système», c’est-à-dire au pouvoir établi. A partir des financements utilisés par ces productions, qu’elles soient publiques ou privées, ainsi que leurs partenariats et les conséquences résultant de ces liens, je cherche à réfléchir sur les impacts politiques, culturels et subjectifs dans le contexte des périphéries. En prenant pour point de départ les travaux fondateurs sur le sujet, ainsi que le «projet pédagogique, esthétique et politique» (NASCIMENTO, 2009) issu de cette production, je soulève quelques questions qui me semblent intéressantes, pour penser la culture, la politique et les périphéries dans le contexte actuel, réfléchissant à l’incidence de la logique néolibérale/néocoloniale dans la culture, à partir des recherches que je développe depuis 2016 avec les collectifs Perifatividade et Poesia na Brasa et plus récemment avec Casa Ecoativa et le collectif Imargem, à São Paulo.

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