A virada neoliberal na saúde: atenção primária e as clínicas médicas populares na periferia de São Paulo

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19 décembre 2022

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Ricardo de Lima Jurca, « A virada neoliberal na saúde: atenção primária e as clínicas médicas populares na periferia de São Paulo », Geografares, ID : 10670/1.jptryq


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Este artigo tem como objetivo compreender a expansão do segmento público e privado de saúde para a gestão da população de territórios periféricos da cidade de São Paulo (Zona Sul e Zona Leste). Esta gestão é baseada nas margens do Estado periférico capitalista, vendo a crise sanitária, a partir de 2020, como acentuação dos elementos genéricos presentemente em ação num contexto de individualização das políticas sociais, revestindo-se, então, de um caráter social e estrutural. Além dos usuários entrevistados, participaram da pesquisa, dirigentes sociais e agentes do programa de atenção primária de saúde, Estratégia Saúde da Família (ESF). Assim, procura-se privilegiar a ascensão de uma triagem sistêmica, caracterizada por políticas neoliberais e uma tecnocracia em saúde que há muito negligencia a saúde pública. A crise do SARS-CoV-2 é, portanto, muito mais do que uma crise de saúde – por meio de diferentes ações e projetos governamentais, organizações e instituições sociais e mercado – mantém, pois, um vínculo estreito com a questão do acesso às clínicas médicas populares.

This article aims to understand the expansion of the public and private health segment for the management of the population of peripheral territories of the city of São Paulo (South Zone and East Zone). This management is based on the margins of the capitalist peripheral state, seeing the health crisis, from 2020, as an accentuation of the generic elements currently in action in a context of individualization of social policies, thus taking on a social and structural character. In addition to the users interviewed, social leaders and agents of the primary health care program, the Family Health Strategy (ESF) participated in the research. Thus, it seeks to privilege the rise of a systemic triage, characterized by neoliberal policies and a health technocracy that has long neglected public health. The SARS-CoV-2 crisis is therefore much more than a health crisis – through different governmental actions and projects, social organizations and institutions and the market – it therefore maintains a close link with the issue of access to popular medical clinics.

Este artículo tiene como objetivo comprender la expansión del segmento de salud pública y privada para la gestión de la población de los territorios periféricos de la ciudad de São Paulo (Zona Sur y Zona Este). Esta gestión se asienta en los márgenes del estado periférico capitalista, viendo la crisis sanitaria, a partir de 2020, como una acentuación de los elementos genéricos actualmente en acción en un contexto de individualización de las políticas sociales, adquiriendo así un carácter social y estructural. Además de los usuarios entrevistados, líderes sociales y agentes del programa de atención primaria de salud, la Estrategia Salud de la Familia (ESF) participó de la investigación. Así, buscar privilegiar el surgimiento de un triaje sistémico, caracterizado por políticas neoliberales y una tecnocracia sanitaria que durante mucho tiempo ha descuidado la salud pública. La crisis del SARS-CoV-2 es entonces mucho más que una crisis sanitaria – a través de diferentes acciones y proyectos gubernamentales, organizaciones e instituciones sociales y el mercado –, por lo que mantiene un estrecho vínculo con el tema del acceso a las clínicas médicas populares.

Cet article vise à comprendre l'expansion du segment de la santé publique et privée pour la gestion de la population des territoires périphériques de la ville de São Paulo (Zone Sud et Zone Est). Cette gestion s'appuie sur les marges de l'État périphérique capitaliste, voyant la crise sanitaire, à partir de 2020, comme une accentuation des éléments génériques actuellement en action dans un contexte d'individualisation des politiques sociales, prenant ainsi un caractère social et structurel. En plus des usagers interrogés, des leaders sociaux et des agents du programme de soins de santé primaires, la Stratégie de santé familiale (ESF) ont participé à la recherche. Ainsi, nous cherchons à privilégier la montée d'un triage systémique, caractérisé par des politiques néolibérales et une technocratie de la santé qui a longtemps négligé la santé publique. La crise du SRAS-CoV-2 est donc bien plus qu'une crise sanitaire ‒ à travers différentes actions et projets gouvernementaux, des organisations et institutions sociales et le marché ‒ elle entretient donc un lien étroit avec la question de l'accès aux cliniques médicales populaires.

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