A Ambivalência Colonial nas Imagens em Movimento Contemporâneas: O Caso Português

Fiche du document

Date

7 novembre 2022

Type de document
Périmètre
Langue
Identifiant
Relations

Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/1645-2089

Ce document est lié à :
info:eu-repo/semantics/reference/issn/2183-3575

Organisation

OpenEdition

Licences

https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ , info:eu-repo/semantics/openAccess



Citer ce document

Patrícia Sequeira Brás, « A Ambivalência Colonial nas Imagens em Movimento Contemporâneas: O Caso Português », Comunicação e sociedade, ID : 10670/1.mvscdh


Métriques


Partage / Export

Résumé Pt En

Este artigo é uma tentativa exploratória de abordar a ambivalência colonial implícita nas imagens em movimento contemporâneas no contexto português. O giro pós-colonial que emergiu nas últimas décadas em Portugal corrobora uma tentativa de problematizar a condição pós-colonial portuguesa, que deriva de uma admissão tardia de que a nossa sociedade contemporânea foi construída a partir da pilhagem colonial. Baseando-me na crítica à lusofonia, defendo que este giro pós-colonial é também uma consequência da necessidade de inscrever a narrativa nacional portuguesa num mundo cada vez mais global, necessidade essa que resulta da subordinação da cultura às “leis do mercado”. Além disso, essa abordagem pós-colonial presente na cultura visual contemporânea portuguesa é ambivalente, pois tende a ignorar o problema da legitimidade e da posição de fala do artista e/ou intelectual. O problema da legitimidade — de quem fala de e sobre os outros — é muitas vezes, paradoxalmente, ignorado na produção audiovisual contemporânea que aborda o passado colonial português e a sua condição pós-colonial. Da mesma maneira que a relação intrínseca entre produção visual e conhecimento e, consequentemente, entre produção visual e poder é também ignorada. Dessa forma, defendo que a ambivalência colonial continua a permear os discursos culturais e as práticas artísticas contemporâneas, mesmo quando tais práticas e discursos parecem produzir uma crítica pós-colonial.

This article is an exploratory attempt to address the colonial ambivalence implicit in contemporary moving images in the Portuguese context. The postcolonial turn that emerged in the last decades in Portugal attests to an earnest attempt to problematise the nation’s postcolonial condition, which in turn derives from a long-overdue admission that our contemporary societies were built from colonial plunder. Drawing heavily on the critique of Lusophony, I argue that this postcolonial turn is also a consequence of the need to inscribe the Portuguese national narrative within an increasingly global world arising from the subordination of culture to the “laws of the market”. In addition, I argue that this post-colonial approach found in Portuguese contemporary visual culture is ambivalent since it tends to ignore the problem of the legitimacy and the speaking position of the artist and/or intellectual. The legitimacy problem — of who speaks of and about others — is often paradoxically disregarded in contemporary audiovisual productions that address the Portuguese colonial past and its postcolonial condition. In the same way, the intrinsic relationship between visual production and knowledge is ignored, and consequently, between visual production and power. In this way, I argue that colonial ambivalence continues to pervade cultural discourses and contemporary artistic practices today, even when such practices and discourses appear to articulate a postcolonial critique.

document thumbnail

Par les mêmes auteurs

Exporter en