1 juin 2020
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Carlos Gomes de Castro, « No hay vida: desmantelamentos e permanências em bateyes cubanos », Etnográfica, ID : 10670/1.nait79
Em 2002, o governo cubano publicou um documento que explicitava a necessidade de reestruturar o campo açucareiro. Dezenas de usinas foram, então, desarmadas e desmanteladas, deixando os bateyes sem aquilo que lhes trazia vida e movimento. Neste artigo, intento apresentar como esse processo de reestruturação e, ao mesmo tempo, deterioração foi percebido, avaliado e ultrapassado pelas pessoas que foram diretamente afetadas por ele. Para tanto, conjugo, numa espécie de descrição por contraste e modulação de escala, as perspectivas do Estado - representada pelos programas de ação e pela construção de uma ideia de eficiência - e dos moradores de diferentes áreas que viviam da produção de açúcar, para os quais a formulação de temporalidades e o manuseio de materiais aparecem como formas de reajustar um mundo rompido. Do início ao fim, demonstro como o açúcar, ausente, mas presentificado em arruinamentos, é uma substância de longa duração que produz paisagens e altera subjetividades.