Percursos de Eros em O escuro que te ilumina de José Riço Direitinho

Résumé En Pt

We propose a reflection on Eros courses in José Riço Direitinho’s novel O escuro que te ilumina (2018), a fictional diary which weaves the portrait of a man walking, between light and shadow, looking for himself. Represented in the most diverse manifestations and experiences and oscillating between voyeurism and exhibitionism, Eros assumes here the ways of sensual desire, possession and pleasure to assert itself as an impulse that breaks down borders, in a permanent challenge to the current morality. The bodies outlined in the novel are presented as a transgressive force in a libertine Lisbon, conducive to chance encounters and replete with varied temptations. Guided by desire and lust, these same bodies are driven by excess and vertigo, which act as an antidote to anguish and a potentially overwhelming solitude.

Propõe-se aqui uma reflexão sobre os percursos de Eros em O escuro que te ilumina de José Riço Direitinho (2018), um romance-diário que tece o retrato de um homem a caminhar, entre luz e sombra, à procura de si. Representado nas mais diversas manifestações e vivências e oscilando entre voyeurismo e exibicionismo, Eros assume, ao longo da narrativa, as vias do desejo sensual, da posse e do prazer para se afirmar como impulso que derruba fronteiras, num permanente desafio à moral vigente. Os corpos delineados no romance-diário erigemse como força transgressiva numa Lisboa libertina, propícia a encontros fortuitos e repleta de variadíssimas tentações. Guiados pelo desejo e pela luxúria, esses mesmos corpos enveredam pelo excesso e pela vertigem, que funcionam como antídoto à angústia e a uma solidão potencialmente avassaladora.