Memorialistica e historiografia: a narrativa de um médico judeu-húngaro sobrevivente de Auschwitz

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1 juin 2022

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DENISE ROLLEMBERG et al., « Memorialistica e historiografia: a narrativa de um médico judeu-húngaro sobrevivente de Auschwitz », Anuario Colombiano de Historia Social y de la Cultura, ID : 10670/1.q8y3e8


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RESUMO Objetivo: O artigo discute a potencialidade da memorialistica como produtora de textos historiográficos, embora a distinga do conceito de memória utilizado por historiadores. Como fonte especifica do trabalho, escolhemos o livro do húngaro Miklós Nyiszli sobre a sua experiência como membro do corpo médico de Auschwitz em 1944. Metodologia: Definimos memorialistica a partir de uma abordagem de critica literária, entendendo o texto como narrativa testemunhal escrita por quem participou diretamente dos eventos relatados. O método empregado foi, em primeiro lugar, a critica interna de fontes proposta pelo historicismo e aprimorada por Marc Bloch em Apologia da História e, em segundo lugar, o método proposto por Lawrence Bardin em Análise de Conteúdo, que permite a segmentação do texto a partir de ideias-chave a critério do investigador. Originalidade: Reside, em primeiro lugar, na discussão do status da memorialistica no campo da historiografia e, em segundo lugar, na escolha de autor pouco trabalhado pelos estudiosos do Holocausto, como Primo Levi ou Elias Wiesel (embora tenhamos buscado a opinião de Levi sobre Nyiszli). Conclusões: Submetemos o livro a uma critica interna, considerando o papel desempenhado pelo memorialista no serviço médico de Birkenau em 1944. Demonstramos a ambiguidade do texto, espelho de um homem ambivalente, prisioneiro do Nazis e também assistente da ss. Concluimos, enfim, que apesar de prevalecer a descrição de procedimentos, bem como do tom por vezes moralizante, o livro comprova o valor da memorialistica, não necessariamente como texto histórico explicativo, senão como manancial riquissimo de informações sobre o Holocausto, em geral ausentes da documentação do III Reich, que a burocracia estatal destruiu antes da derrota final na guerra.

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