A Múmia: ironia e identidade

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2014

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Georges Da Costa, « A Múmia: ironia e identidade », HAL-SHS : littérature, ID : 10670/1.rs9bdm


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Résumé Pt

A ficção migueisiana coloca em jogo dois tipos de ironia contraditórios: uma ironia “clássica”, instrumento das intenções militantes e críticas do autor, que é frequentemente utilizada com fins satíricos, como arma de um compromisso social, sem um objectivo ideológico concreto que provem de preocupações éticas e que funciona graças a um co(n)texto esclarecedor e a processos textuais facilmente identificáveis. E uma ironia “romântica” que, por sua vez, funciona como visão do mundo e hermenêutica para apreender o real, o que lhe dá, antes, uma prioridade à distanciação, que se baseia não numa relação crítica com os outros e a sociedade, mas numa relação crítica consigo próprio, com o real, com a obra literária e que, nas palavras de Maria de Lourdes Ferraz, expressa «a impossibilidade do certo, do verdadeiro, do absoluto, como dados únicos da realidade» e «sobretudo o conflito, a crise». É dentro desta ironia romântica que analisaremos a novela A Múmia, narrativa qualificada de “obra-prima” por Jorge de Sena, onde Miguéis encena a questão da permanência no tempo e coloca, deliberadamente, o problema da identidade como centro do texto.

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